8 DE FEVEREIRO DE 2018
23
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Sr. Deputado Jorge Paulo Oliveira, tem a palavra para responder.
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado João Vasconcelos e Sr.ª Deputada
Susana Amador, agradeço as perguntas que me colocaram.
O Sr. Deputado João Vasconcelos colocou, aqui, novamente, a questão, que já tinha sido colocada pelo
Partido Comunista Português, relativamente à regionalização e à reavaliação da reforma territorial das
freguesias. Os considerandos são os mesmos e, por economia de tempo, não os irei, naturalmente, aqui,
reproduzir.
Sem embargo, o Sr. Deputado colocou em causa a legitimidade do PSD para defender as suas ideias?! O
maior partido ou um dos maiores partidos do poder local?! Do poder local?! Mas quem é o Bloco de Esquerda?!
Quantos presidentes de câmara tem o Bloco de Esquerda para invocar a falta de legitimidade do Partido Social
Democrata?!
Aplausos do PSD.
O Bloco de Esquerda?! O Bloco de Esquerda não é certamente!
Sr. Deputado João Vasconcelos, diz V. Ex.ª que o Bloco de Esquerda está ao lado da descentralização. Não
está, Sr. Deputado! Não está! E não está por uma razão muito simples: um partido que diz que as autarquias
são incapazes de secundarizar os interesses económicos, um partido que diz que as autarquias vão aproveitar
a boleia da descentralização para abrirem as portas às negociatas com os privados e para privatizarem os
serviços públicos é um partido que não confia nos autarcas, é um partido que encara os autarcas como gente
perigosa que se vende aos interesses dos grandes grupos económicos.
A Sr.ª Ângela Guerra (PSD): — Muito bem!
O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Sr.ª Deputada Susana Amador, lamento desiludi-la, mas o Partido
Socialista não esteve sempre disponível para o diálogo, nem V. Ex.ª esteve sempre disponível para o diálogo.
O Partido Social Democrata apresentou as suas intenções, quanto à descentralização, aquando da discussão
do plano nacional de reformas. Sabe qual foi a reação do Governo? «São medidas pífias que chegam fora do
tempo e postumamente».
Mais tarde, aquando do Orçamento do Estado, apresentámos novamente um pacote de iniciativas
legislativas. Sabe qual foi a reação do Partido Socialista? Foi a reação da Sr.ª Deputada Susana Amador. Ou
seja, a Sr.ª Deputada dizia que as propostas de alteração apresentadas pelo Partido Social Democrata, sobre
descentralização, mereciam a rejeição do PS porque encerram um triplo défice: um défice de universalidade,
um défice de auscultação, um défice de participação e um défice de memória. E sentenciava, para que não
houvesse dúvidas da falta de diálogo do Partido Socialista, que esta preocupação súbita do PSD, em modo
oposição, com a constituição e a descentralização, revelava uma enorme desfaçatez, falta de pudor e,
sobretudo, falta de memória.
Aplausos do PSD.
O Sr. Cristóvão Crespo (PSD): — É só da boca para fora!
Protestos do PS.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Porfírio
Silva.
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O País debateu, nos últimos dias, mais
uma edição do chamado «ranking das escolas». Os rankings dizem meias verdades, e meia verdade pode ser
uma mentira, mas devem ser analisados. Os rankings são ocasião para um confronto de ideologias, mas isso