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I SÉRIE — NÚMERO 62

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O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — De sempre!

O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — Em 2014, eram 30 000, Sr. Deputado. É verdade que tivemos uma quebra

de efetivos, mas as duas maiores quebras de efetivos têm duas datas: em 2010, quando o, à época, Ministro da

Defesa Santos Silva pediu um corte de 5000 efetivos e em 2011, quando o seu Governo, no acordo que fez com

a troica, só tinha dois pontos para as defesas nacionais: redução de 25% dos efetivos, depois deste corte de

5000, e redução de 25% na Lei de Programação Militar.

Esta é a herança do Partido Socialista, que tentámos evitar que tivesse efeitos mais perniciosos. Agora, na

retoma, vemos menos efetivos do que havia no tempo da troica e um orçamento executado inferior ao do tempo

da troica, Sr. Deputado.

A Sr.ª Ilda Araújo Novo (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — Estes são factos, e contra factos não há argumentos!

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, também para formular pedidos de esclarecimento,

o Sr. Deputado João Vasconcelos.

O Sr. João Vasconcelos (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, queria agradecer ao Sr. Deputado

João Rebelo o facto de ter trazido temas da defesa a debate. E, como os temas são vastos, queria centrar-me

na questão do incidente de Tancos.

Como se sabe, tratou-se de um acontecimento bastante grave e desde a primeira hora o Bloco de Esquerda

pediu ao Governo que apurasse, efetivamente, a responsabilidade, que esclarecesse devidamente o

Parlamento, o País, enfim, que nos esclarecesse sobre esse grave acontecimento.

De facto, é necessário apurar todas as responsabilidades e o que se espera é que a culpa não morra mais

uma vez solteira na instituição militar, no seio das Forças Armadas, tal como aconteceu em relação a outros

acontecimentos de que temos memória, como, por exemplo o processo dos submarinos.

O furto em Tancos foi um acontecimento muito grave e significa, de facto, um falhanço clamoroso numa das

funções essenciais do Estado, a defesa. Todos sabemos que, relativamente a esta matéria, a própria

Procuradoria-Geral da República suspeitou da prática de crimes de associação criminosa e de tráfico de armas

ligada ao tráfico internacional. Não sei se se virá a concretizar a suspeita — felizmente, o material apareceu —,

mas ainda não sabemos de nada e estamos à espera desses esclarecimentos.

Mas se o Governo não agiu bem em relação a esta matéria, o CDS e, já agora, também o PSD não estiveram

nada bem, porque procuraram, de certa maneira, fazer chicana política e tentaram, enfim, lavar daí as mãos,

como Pilatos.

É preciso relembrar que os sistemas de videovigilância de Tancos estavam avariados desde 2012! E quem

é que governava em 2012?! O Governo PSD-CDS-PP, que o Sr. Deputado e o seu partido apoiavam e que nada

fez. Portanto, também têm responsabilidades nessa situação.

Protestos do Deputado do PSD Jorge Paulo Oliveira.

Por outro lado, Sr. Deputado, a redução de verbas que houve durante o seu Governo também atingiu a

defesa.

O Sr. Jorge Paulo Oliveira (PSD): — Essa já não cola!

O Sr. João Vasconcelos (BE): — Naturalmente, houve cortes muito violentos a nível dos trabalhadores, mas

também atingiu a condição militar, as pensões de sobrevivência, e, em termos de direitos, foram muito mais

além da troica.