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22 DE MARÇO DE 2018

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É contra estes prazos, contra este dilatar de prazos e estes atrasos sucessivos que temos de nos insurgir,

porque, na prática, se verificarmos os orçamentos para a cultura do Partido Socialista e da direita, é evidente

que há uma progressão, mas também é evidente que essa progressão está longe de ser aquela que gostaríamos

que fosse, tanto mais que, nesta solução política, estão três ou quatro partidos de esquerda, dos quais, como é

evidente, se esperaria um acordo mais dilatado para impulsionar esta área, que é determinante, como sabe,

para a inovação, para o conhecimento, para a cidadania e para a democracia.

Portanto, nesse aspeto, temos uma divergência.

Percebo que há muita coisa a fazer e que não se pode fazer tudo, o caminho faz-se caminhando, mas, Sr.

Deputado, penso que estamos a caminhar muito devagar, muito devagar.

O Sr. Deputado falou da questão da municipalização, que é importante, mas o que é que sucede quando

estes concursos são abertos aos municípios e, simultaneamente, aos independentes? Sucede que os

municípios criam estruturas para concorrer a este dinheiro e, portanto, vão buscar ao Estado, isto é, ao

Orçamento — e os municípios também são Estado —, verbas que deveriam ser eles próprios a despender para

manutenção dos organismos que tutelam. Foi assim que, por exemplo, algumas das principais estruturas do

norte do País, algumas das quais classificadas, durante anos a fio, em primeiro lugar, neste ano ficaram de fora.

Porquê? Porque houve uma estrutura, uma grande estrutura municipal que açambarcou metade do Orçamento.

Portanto, estas são questões às quais devemos prestar a maior atenção.

Sr.ª Deputada Ana Mesquita, agradeço também a sua questão, que é inteiramente pertinente.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado Jorge Campos, queria pedir-lhe o favor de ir

terminando.

O Sr. Jorge Campos (BE): — Com certeza, Sr. Presidente.

Nós votámos favoravelmente a vossa proposta, como sabe, que foi uma proposta que nos pareceu oportuna

justamente porque era dirigida a um setor vital, que era o setor da criação.

Vou responder-lhe muito rapidamente, porque não disponho de mais tempo, mas queria só dizer-lhe o

seguinte: na verdade, se não houver este «fermento» dos criadores que nos permita olhar para o mundo de

outra maneira, dificilmente o poderemos transformar. É por isso que damos tanta importância ao apoio às artes.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Srs. Deputados, segue-se a declaração política do Grupo

Parlamentar do CDS-PP.

Para o efeito, tem a palavra o Sr. Deputado João Rebelo.

O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as Deputadas, Srs. Deputados: É a segunda vez, desde

o início desta Legislatura, que a defesa nacional ocupa o centro do debate político em sessão plenária, a nosso

pedido.

Ao colocar a defesa neste plano, o CDS volta a chamar a atenção do País para a necessidade de se

interromper o ciclo de falta de investimento nas nossas Forças Armadas — pilar estruturante e inalienável do

Estado.

Permitam-me, por isso, que regresse a um tema que, embora o Partido Socialista e o Governo teimem em

tentar apagar, o CDS não esquece — o incidente de Tancos.

A questão que aqui colocámos, em setembro do ano passado, continua de pé. Se não se tivesse dado,

felizmente, a circunstância de o material roubado em Tancos ter reaparecido, ainda hoje, porventura, não

saberíamos o que lá havia nem o que teria sido, de facto, furtado.

Duzentos e sessenta e cinco dias após o assalto de Tancos, e na sequência dos resultados das averiguações

realizadas pelo Ministério da Defesa Nacional, pergunto aos Srs. Deputados: quais as consequências políticas

que resultaram desse processo? Nenhumas!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exatamente!