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22 DE MARÇO DE 2018

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algumas conjunturais — é certo! — e outras de opções políticas. Isto deve merecer, da nossa parte, uma reflexão

profunda sobre o tratamento que estamos a dar às Forças Armadas.

Durante quatro anos, quando estávamos no Governo, ouvimos o Partido Socialista a fazer-se de intérprete

do «descontentamento dos militares»; a denunciar a «perturbação» infligida sobre as Forças Armadas; a

identificar até — imagine-se! — «riscos» aparentes de inoperacionalidade. Agora, chega-nos um relato tão

preocupante como alarmista, da parte das chefias militares, e o que faz o PS? Desvaloriza, assobia para o lado,

como se de nada consigo se tratasse.

Ora, relembro que, nos últimos 13 anos, o Partido Socialista governou 9 anos e é responsável por um

decréscimo de cerca de 6700 militares. Só nos últimos dois anos, foram mais de 2000 os militares que as Forças

Armadas perderam e num momento em que o Sr. Primeiro-Ministro não se cansa de destacar a recuperação

económica do País.

Não deixa de ser curioso que essa recuperação não tenha nenhum reflexo nas nossas Forças Armadas.

Uma segunda área diz respeito ao reequipamento das Forças Armadas. Após incontáveis anúncios de

abertura de concursos para os três ramos — veículos blindados 4x4, armas ligeiras, drones, helicópteros ligeiros

—, dois anos depois, nenhum destes equipamentos viu a sua adjudicação concluída. São cerca de 100 milhões

de euros de investimentos anunciados e não concretizados. Publicidade enganosa!

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — Acresce a isso que a revisão da Lei de Programação Militar, que se

avizinha, obrigará a reforços de verbas para programas de reequipamento vitais para as Forças Armadas,

nomeadamente a substituição do C-130 e a conclusão das construções dos navios patrulha oceânicos (NPO).

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado, agradecia-lhe que terminasse.

O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — Falta muito pouco, Sr. Presidente. Vou terminar e agradeço a tolerância.

A assunção de novos compromissos do Estado português no quadro da União Europeia e no âmbito das

ações de prevenção e combate a incêndios não se compadece com os alertas e perspetivas tão negativas

identificados pelas chefias militares.

Sr. Presidente, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados: Perante tantas dificuldades, adversidades e entraves que

se colocam à instituição militar, não poderia deixar de terminar esta intervenção sem destacar o exemplar

desempenho das mulheres e dos homens que servem as nossas Forças Armadas, seja no continente ou nas

ilhas, nas forças nacionais destacadas ou na cooperação técnico-militar, seja no mar, no ar ou em terra. Eles

honram Portugal!

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado, inscreveram-se quatro Deputados para formularem

pedidos de esclarecimento. Como pretende responder?

O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — Sr. Presidente, responderei dois a dois.

O Sr. Presidente: — Tem, então, a palavra, em primeiro lugar, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado

Pedro Roque.

O Sr. Pedro Roque (PSD): — Sr. Presidente, começo por cumprimentar o Sr. Deputado João Rebelo e

sublinhar a pertinência do tema que aqui nos traz.

As questões de defesa nacional não estão, normalmente, na primeira linha das prioridades do nosso trabalho

parlamentar, mas elas são absolutamente fundamentais e determinantes, porque de uma função de soberania

se trata. E, como função de soberania, normalmente, existe algum tipo de consenso entre os grupos

parlamentares no sentido de apoiar as Forças Armadas no papel insubstituível das missões que desempenham.