O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 62

32

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

A Sr.ª Ana Mesquita (PCP): — E vamos dizer porquê. Quando perguntam pela posição dos outros partidos

em relação à aprovação do Orçamento do Estado para 2018, relembrem-se daquilo que fizeram, que foi não

viabilizar a proposta do PCP, que defendia precisamente o reforço para 25 milhões de euros dos apoios às artes

no Orçamento do Estado para 2018.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Bem lembrado!

A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — E os senhores viabilizaram ou não o Orçamento do Estado para 2018?!

A Sr.ª Ana Mesquita (PCP): — Não viabilizaram essa proposta e também não viabilizaram a proposta do

PCP no sentido de darmos passos concretos para consagrar 1% para a cultura.

Portanto, agora, não têm legitimidade para vir aqui dizer que o dinheiro não chega, porque, por mais de uma

vez, tiveram oportunidade de fazer o contrário e não o fizeram. Esta é que é a questão!

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Mas viabilizaram o Orçamento ou não?!

A Sr.ª Ana Mesquita (PCP): — Sr. Deputado Jorge Campos, a verdade é que, para abranger todas as

candidaturas elegíveis e não apoiadas, só no ano de 2018, bastariam 2 milhões de euros, e falamos apenas,

agora, do reforço de 1,5 milhões de euros. No entanto, num total de quatro anos, para este mesmo universo,

seriam necessários cerca de 5 milhões de euros. Portanto, ainda estamos muito abaixo das reais necessidades

do setor nesta área.

Queremos, ainda, relembrar a ata dos júris do concurso, na área Cruzamentos Disciplinares, onde se refere

que, e cito, «A Comissão considera que, face à qualidade e diversidade das candidaturas submetidas a concurso

e aos montantes solicitados para apoio, as determinações inscritas em aviso de abertura para financiamento

(…) são insuficientes».

A nossa pergunta, Sr. Deputado Jorge Campos, é esta: não deveríamos nós estar agora a falar daquelas

que foram as propostas concretas do PCP para melhorar, já neste ano, esta situação e estar num patamar muito

mais adiantado neste capítulo do apoio às artes e à cultura, para ir muito mais longe e muito mais depressa?

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para responder a estes pedidos de esclarecimento, tem a palavra

o Sr. Deputado Jorge Campos.

O Sr. Jorge Campos (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Delgado Alves, agradeço as questões que

colocou.

Basicamente, temos matéria em relação à qual há um denominador comum e temos matéria em relação à

qual há também divergências. Estar a discutir montantes é importante, porque, evidentemente, o nível de

financiamento determina a política que é seguida e determina, fundamentalmente, aquilo que nos parece ser

essencial, que é garantir as condições para que as estruturas funcionem. É que as estruturas obedecem e são

obrigadas a respeitar determinadas obrigações: pagam rendas, têm de programar, contratar, pagar aos

artistas… Tudo isso obriga a que haja, à partida, uma garantia de que essas verbas não vão faltar. Ora, os

sucessivos atrasos acarretam justamente que estas coisas sejam postas em causa.

É claro que o Governo — e não estou a dizer que seja mau — fez agora uma linha bonificada de crédito. Não

nos parece mal, o problema é que muitas estruturas já profundamente endividadas vão ficar ainda mais

endividadas, caso recorram a essas linhas de crédito.