I SÉRIE — NÚMERO 62
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Depois, o Bloco de Esquerda e o PCP, nos seus discursos, continuam a referir que vão exigir 1% do
Orçamento para a cultura, quando não reclamam 1% do PIB (produto interno bruto), mas tudo isso parece ter
ficado esquecido quando os senhores fizeram este acordo — desculpe repetir mais uma vez — da geringonça.
Em terceiro lugar, e relativamente ao orçamento corrente, que era o de 2017, a Coordenadora do Bloco de
Esquerda, Catarina Martins, disse que o orçamento para a cultura era «vergonhosamente baixo» — vou repetir,
«vergonhosamente baixo». Mas isso, Srs. Deputados, não os impediu de viabilizar o Orçamento do Estado para
2018.
Ora, quando consideramos que há um orçamento que é «vergonhosamente baixo», não estamos em
condições de o viabilizar.
O Sr. Filipe Lobo d´Ávila (CDS-PP): — Bem lembrado!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Porque o Sr. Deputado disse que não podemos encolher os ombros e
que o Bloco de Esquerda quer contribuir para uma melhoria, deixe-me dizer, Sr. Deputado, que o Orçamento do
Estado entrou em vigor há dois meses e com certeza que conhece uma coisa que se chama lei-travão.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr.ª Deputada Teresa Caeiro, beneficiou largamente da distração
da Mesa e, portanto, agradecia que terminasse.
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Não, Sr. Presidente. A Mesa e a Assembleia é que beneficiam claramente
da minha distração contínua.
Risos e aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Absolutamente, Sr.ª Deputada. Estou completamente de acordo.
Risos do CDS-PP.
Ainda assim, Sr.ª Deputada, peço-lhe que termine.
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — A Mesa e a Assembleia beneficiam constantemente da minha distração.
Permita-me então, Sr. Presidente, dar apenas três exemplos de iniciativas do CDS que foram rejeitadas pelo
Bloco de Esquerda aquando da discussão do Orçamento do Estado para 2018, nomeadamente um plano
nacional para o desenvolvimento das artes e da cultura em que o Partido Socialista votou contra.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr.ª Deputada, não me leve a mal, mas peço-lhe mesmo que
termine.
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — O CDS apresentou uma proposta de alteração relativa à Opart, porque
tinham sido retirados 2 milhões e 400 mil euros àquele organismo, e o Bloco de Esquerda não acompanhou esta
iniciativa.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr.ª Deputada, peço-lhe que termine.
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Enfim, Sr. Deputado, mais vale a redenção. Porém, tarde veio essa
redenção, porque os senhores viabilizaram esse Orçamento do Estado.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado José
Carlos Barros, do PSD.