24 DE MARÇO DE 2018
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Portanto, Sr.as e Srs. Deputados, na realidade, este é o momento para fazer também uma recordatória
relativamente ao passado, pese embora se saliente uma postura diferente, principalmente por parte dos partidos
à direita, no sentido em que os portugueses já não estavam habituados a ter um governo que efetivamente
cumprisse com aqueles que eram os seus compromissos.
Vozes do PS: — Muito bem!
Protestos do Deputado do CDS-PP Filipe Anacoreta Correia.
O Sr. Luís Soares (PS): — E esta é, porventura, uma matéria paradigmática a esse nível.
Aplausos do PS.
Dizia ainda o Sr. Deputado Jorge Falcato, e bem, que é tempo de pensar no que foi feito, mas é também
tempo de avançar para o que falta fazer.
Queria salientar a forma transparente, a forma clara com que a Sr.ª Secretária de Estado da Inclusão das
Pessoas com Deficiência e o Sr. Secretário de Estado Adjunto e da Saúde deram explicações relativamente às
dificuldades que algumas medidas que estão em fase de implementação ainda comportam, precisamente devido
à sua fase inicial de implementação, mas também a forma clara com que disseram que medidas, que estratégias
têm para continuar a avançar nesse mesmo caminho.
Portanto, Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, creio que há uma conclusão significativa a tirar deste debate,
que é uma ideia clara: o Partido Socialista sabe o que tem feito, o Partido Socialista sabe por onde quer caminhar
e, acima de tudo, todos os partidos querem avançar nesta matéria, mas não há ninguém que queira avançar
mais do que o Partido Socialista. Todos queremos avançar — pode ser na mesma medida, mas não mais, do
que o Partido Socialista — e, por isso, o Governo está de parabéns.
Aplausos do PS.
Protestos da Deputada do PSD Sandra Pereira.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Soeiro,
do Bloco de Esquerda.
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Sr. Presidente, queria começar por saudar novamente as pessoas com
deficiência e também os cuidadores e as cuidadoras que estão a assistir a este debate. Hoje mesmo, esperamos
dar um passo importante com a baixa à respetiva comissão, para discussão na especialidade, da proposta de
criação de um estatuto do cuidador, e esperamos poder contar também com o empenho do Governo para
concretizar o estatuto do cuidador informal.
Srs. Membros do Governo, queria falar concretamente neste debate sobre o sistema de atribuição de
produtos de apoio, que já foi abordado. É verdade que, ao nível da segurança social, houve uma recuperação
dos atrasos que existiam, mas os prazos continuam a não ser cumpridos — nomeadamente, é largamente
ultrapassado o prazo dos 60 dias, que era o prazo expectável para estes processos.
Na área da saúde, reconhecemos que houve uma desburocratização do processo relativamente ao que havia
no tempo do Governo anterior, da direita — desburocratização essa, aliás, que foi uma exigência dos
movimentos das pessoas com deficiência e uma exigência do Bloco de Esquerda, que apoiou essa medida e
que facilitou o acesso —, mas persistem problemas gritantes.
Um exemplo é o dos cateteres externos, ou dos produtos de ostomia pediátrica, os sacos para crianças que
estão ostomizadas, que deviam estar a ser pagos, porque fazem parte da lista de produtos de apoio, mas que,
depois, não entraram na lista de dispositivos médicos que são comparticipados. Portanto, ficam num limbo e,
por exemplo, há famílias que gastam 45 €/mês nesses cateteres, que não são comparticipados.
O segundo problema, que já foi referido, é o das fraldas. O Decreto-Lei sobre os produtos de apoio é muito
claro: no seu artigo 5.º, diz que a atribuição é feita «de forma gratuita e universal». Ora, sabemos que dantes