I SÉRIE — NÚMERO 64
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lado, estamos a criar, no próprio Instituto Nacional para a Reabilitação (INR), com mais recursos humanos e
com mais meios financeiros, uma equipa que possa proceder de uma vez por todas a esta fiscalização e à
consequente aplicação de coimas quando a elas haja lugar.
Por fim, volto a dirigir-me à Sr.ª Deputada Sandra Pereira. Sr.ª Deputada, realmente, em relação a esta
questão dos benefícios fiscais, só posso concluir que anda distraída. No Orçamento do ano passado houve um
aumento das deduções das famílias com descendentes e ascendentes com deficiência para um montante de
1187 €, que beneficiou um total de 22 000 agregados familiares e que teve um impacto de 2600 milhões de
euros; também no Orçamento do ano passado houve um aumento do valor da dedução à coleta dos rendimentos
não coletáveis das próprias pessoas com deficiência de 10 para 15%.
Podemos fazer mais? Obviamente que podemos, mas dizer que não fizemos nada parece-me um bocadinho
demais.
Concluo a minha mensagem de hoje, reiterando o pedido de que seja espalhada a mensagem correta e que
não se continue a criar ruído em torno das duas principais questões que aqui foram hoje discutidas.
Em primeiro lugar, houve atrasos? Sim, houve, mas, neste momento, eles estão maioritariamente superados,
e assumimos aqui o compromisso de, até maio, todas as pessoas estarem a receber a sua Prestação Social
para a Inclusão.
Em segundo lugar, no que diz respeito à representação legal, pedimos às famílias que se dirijam aos balcões
da segurança social recolher informação, assinem as declarações, recebam transitoriamente a prestação até 30
de setembro e procurem empoderar mais as pessoas com deficiência.
É fácil olharmos para as pessoas com deficiência do ponto de vista de que elas não são capazes. É desafiante
reconhecermos a sua capacidade e reconhecermos que elas podem ter contas bancárias, que elas podem, em
muitas situações, emitir procurações a nomear os seus próprios apoiantes ou cuidadores e que, apenas em
última instância, se fale de representação legal.
Aplausos do PS.
Entretanto, reassumiu a presidência o Vice-Presidente Jorge Lacão.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção final, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, do Bloco
de Esquerda.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs. Deputados:
Está um ruído na sala que é inaceitável, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem razão, Sr. Deputado.
Peço aos Srs. Deputados que ajudem a restaurar as condições para que o orador se possa fazer ouvir e que
evitem reuniões parcelares no Hemiciclo.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, valorizar as políticas de inclusão é também respeitar o
debate sobre as políticas de inclusão.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Srs. Deputados, apelo para que se sentem e aguardo que, com a vossa
diligência, tal se concretize.
Queira usar da palavra, Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, continuando, então, a intervenção, queria registar três
pontos da conclusão da Sr.ª Secretária de Estado: o primeiro sobre representação; o segundo sobre o tempo
para o pagamento da PSI (Prestação Social para a Inclusão); o terceiro, sobre uma ausência de resposta, que
nos deixa alguma preocupação.
Este debate já valeu a pena para sabermos, hoje, em primeira mão, que, até maio, todos os problemas de
implementação da Prestação Social para a Inclusão estarão resolvidos. Mas não podemos ignorar que existiu
um alarme e que esse alarme ainda não foi devidamente ultrapassado neste setor. Porquê? Porque a burocracia