I SÉRIE — NÚMERO 66
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Legislativa Regional da Madeira, de modo a que esta iniciativa possa também ser considerada em conjunto com
os demais projetos pendentes apresentados pelos grupos parlamentares.
A iniciativa da Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira tem propostas com que concordamos
e outras de que discordamos, mas nós aceitamos discutir todas, sem qualquer preconceito relativamente à sua
autoria, e analisaremos o mérito de cada uma por si.
O CDS está consciente de que o problema da baixa natalidade não se resolve sem políticas que tenham
estabilidade ao longo do tempo e, para isso, é importante que todos — repito, todos, grupos parlamentares e
também, neste caso em que se versa matéria laboral, os parceiros sociais — tenham disponibilidade para
construir os consensos necessários. Estando em curso um processo de revisão do Código do Trabalho, o CDS
aproveita para instar o Governo a que trate também desta matéria em concertação social.
Repetimos: o contributo de todos é importante quando se discutem matérias que são fundamentais para o
futuro do nosso País e sem a resolução das quais não teremos futuro.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Diana Ferreira.
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: A proposta de lei que hoje discutimos vem
no seguimento da petição dinamizada pela Associação de Pais Heróis, que também cumprimentamos, com o
objetivo de reforçar os direitos dos pais de crianças e jovens com cancro.
Tendo sempre como primeiro objetivo o superior interesse da criança, é urgente e é justíssimo que se tomem
medidas de reforço das condições de acompanhamento aos filhos com doença oncológica e com doença
crónica.
É inquestionável que, na recuperação e acompanhamento destas crianças e jovens, a presença e o carinho
dos pais são indispensáveis e insubstituíveis, devendo, por isso, ser garantidas condições que permitam aos
pais estarem presentes em todos os momentos necessários.
Importa ainda, a este propósito, não esquecer os impactos emocionais, afetivos, sociais e económicos
sentidos tanto pelas crianças e jovens como pelas suas próprias famílias.
Vozes do PCP: — Muito bem!
A Sr.ª Diana Ferreira (PCP): — As medidas a ser tomadas têm de ter em conta todos os aspetos desta difícil
realidade. O PCP tem apresentado propostas neste sentido desde há vários anos. Nesta Sessão Legislativa,
entregámos uma iniciativa para reforço de medidas na área da oncologia pediátrica e de apoio às crianças e
adolescentes com cancro e suas famílias, com a aprovação de todos os seus pontos, de entre os quais
destacamos: o reforço do apoio psicológico à criança e ao jovem com doença oncológica e à sua família; o
reforço dos mecanismos de comparticipação da atribuição de produtos de apoio; a comparticipação a 100% dos
suplementos dietéticos destinados às crianças e jovens com cancro; o apoio especial educativo para estas
crianças e jovens; o alargamento das condições de acesso e dos montantes das prestações sociais
disponibilizados aos pais e cuidadores; a obrigatoriedade de a entidade patronal adequar o horário de trabalho
e as funções a desempenhar, no respeito pelas especificidades concretas do cuidador.
Também apresentámos iniciativas legislativas para o aumento da licença de 30 para 90 dias, no caso de filho
com deficiência ou doença crónica; o pagamento do subsídio para assistência a filho com deficiência ou doença
crónica a 100% da remuneração de referência; a eliminação da condição de recursos para efeito de atribuição
dos subsídios sociais e a indexação do seu limite a 100% do valor do IAS (indexante dos apoios sociais), bem
como a garantia de que a licença para assistência aos filhos não determina a perda do subsídio de desemprego
no caso do encerramento da empresa ou da extinção do posto de trabalho.
Propostas estas que, aliás, no passado, foram rejeitadas pelo PSD e pelo CDS, refletindo muito bem a
preocupação do PSD e do CDS com estas crianças e jovens, mas que estão agora novamente em discussão,
na especialidade, para apreciação e votação.
São propostas de reforço dos direitos de maternidade e paternidade, mas, sobretudo, de defesa do superior
interesse da criança e do seu desenvolvimento integral.