I SÉRIE — NÚMERO 69
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Neste caso, a solução que decorre da eventual aprovação das alterações propostas põe em causa a
colocação de mais de 13 000 professores, em nome da alegada violação de uma minoria, sobretudo se tivermos
em conta que estava prevista no Decreto-Lei uma solução dirigida aos docentes lesados pela colocação — se
fossem muitos, haveria muitos horários; se fossem poucos, haveria poucos horários.
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Exatamente!
A Sr.ª Secretária de Estado Adjunta e da Educação: — É uma solução justa, proporcional e adequada.
Aplausos do PS.
Além disso, a aprovação destas alterações neste momento, quando o aviso do concurso já devia estar
prestes a ser publicado, põe em causa a realização dos concursos e a colocação de professores, atendendo à
difícil praticabilidade do calendário imposto.
O Governo cumprirá a lei, mas as dificuldades geradas por este calendário são dificilmente previsíveis e os
problemas que poderão vir a ocorrer decorrerão inteiramente da opção aqui tomada, hoje.
Aplausos do PS.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Lamentável intervenção!
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma segunda intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Joana
Mortágua, do Bloco de Esquerda.
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Sr.ª Secretária de Estado Adjunta e da Educação e Sr.
Deputado Porfírio Silva: O adiamento de uma solução necessária, solução essa que uma maioria de Deputados
e de Deputadas desta Câmara considera justa e que ninguém pode negar que é devida àqueles professores e
àquelas professoras, porque ninguém pode negar que, quando concorreram, fizeram-no com base em regras
que tinham sido alteradas, o que não lhes foi dito, e que disso resultou uma revolução nas suas vidas que eles
não podiam prever nem esperar…
A Sr.ª Sandra Pontedeira (PS): — Eram regras que já existiam!
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Como eu estava a dizer, o adiamento de uma solução devida a estes
professores e a estas professoras só tem tornado essa solução mais difícil, mais complexa e mais dolorosa à
medida que o tempo passa e nós não ignoramos que, chegados a este momento, a solução é dolorosa.
Significa quebrar a plurianualidade? Sim, significa recomeçar a plurianualidade como ela deveria ter sido
começada antes do erro, significa interromper um erro. É isso que significa, em nome dos princípios da igualdade
e da equidade de que o Sr. Deputado Porfírio Silva falou.
Protestos do Deputado do PS Porfírio Silva.
Foi um erro! Esse erro poderia ter tido uma solução administrativa há oito meses, como o Bloco de Esquerda
sugeriu ao Governo? Poderia! Essa solução administrativa implicava quebrar a plurianualidade ou mexer em
todos os professores? Não! O Governo não quis a solução administrativa.
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Deitar o concurso abaixo nunca foi solução para coisa nenhuma!
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Poderia agora, até com imaginação, ter uma solução melhor do que pôr
aqueles professores a trocar entre si as vagas que nenhum deles quer e que, no conjunto, também ninguém as
quer? Poderia!