7 DE ABRIL DE 2018
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O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Peço-lhe para concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Termino já, Sr. Presidente.
Procuramos uma escola pública mais forte, o que implica mais investimento nos professores, que é o que
estamos a fazer. Precisamos de continuar a melhorar a condição docente, mas isso não se faz atacando o
princípio da igualdade, isso não se faz atacando os mecanismos de equidade, isso não se faz fragilizando os
mecanismos de combate à precariedade.
Sr. Presidente, foram apresentados requerimentos para votar já hoje as propostas de alteração e nós
dizemos que, se é para estabilizar a abertura do ano letivo, então que se faça já hoje as votações porque, pelo
menos, não acrescentamos mais dano ao dano que já está a ser feito, mas não acompanhamos estas propostas,
porque estas propostas são para deitar abaixo uma solução equilibrada,…
Protestos da Deputada do BE Joana Mortágua e do Deputado do CDS-PP Nuno Magalhães.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr. Deputado, queira concluir.
O Sr. Porfírio Silva (PS): — … estas propostas são um desrespeito a muito, muitos, muitos milhares, estas
propostas são um desrespeito aos projetos pedagógicos das escolas.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — O Governo inscreveu-se, entretanto, para intervir sobre este ponto, pelo
que tem a palavra a Sr.ª Secretária de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão.
A Sr.ª Secretária de Estado Adjunta e da Educação (Alexandra Leitão): — Sr. Presidente da Assembleia
da República, Sr.as e Srs. Deputados: O diploma que hoje nos traz aqui consagra, pela primeira vez, um regime
de seleção e recrutamento de docentes do ensino especializado da música e da dança e garante a vinculação
extraordinária desses docentes já no próximo ano letivo, bem como dos profissionais das componentes técnicas
de audiovisuais. É, portanto, um diploma que põe termo à discriminação destes docentes.
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Muito bem!
A Sr.ª Secretária de Estado Adjunta e da Educação: — Este diploma inclui também a realização do
concurso interno antecipado para os docentes que pretendam alterar a sua colocação em sede de mobilidade
interna. É uma solução justa, rigorosa e que responde à exata necessidade de quem pretende alterar a sua
colocação, sem obrigar quem não o pretende fazer a fazê-lo.
Aplausos do PS.
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Certamente!
A Sr.ª Secretária de Estado Adjunta e da Educação: — É uma solução que não prejudica nem penaliza os
muitos e muitos professores que querem manter a sua colocação por quatro anos.
Gostaria de deixar claro que, obviamente, como até aqui, procederemos sempre em absoluto respeito pelo
que esta Assembleia decidir, mas a circunstância e o calendário das decisões que os Srs. Deputados vão tomar
têm de ficar claras para todos.
Porém, queria dizer que há uma razão para que o concurso interno e a mobilidade interna ocorram de quatro
em quatro anos, nos termos da lei: é porque movem, pelo menos, 14 000 docentes dos quadros de zona
pedagógica, e isso põe em causa, naturalmente, pela sua dimensão, a estabilidade das escolas, dos projetos
educativos e da própria colocação desses professores.