13 DE ABRIL DE 2018
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o determinaram, não foi o Sr. Ministro do Ambiente nem eu, pelo que não sei em que é que a Sr.ª Deputada se
baseia para dizer o que disse.
Os serviços técnicos do Ministério do Ambiente são hoje os mesmos que eram antes e determinaram que
assim fosse feito.
Relativamente às questões colocadas pelo Sr. Deputado José Luís Ferreira, sobre o financiamento pós-2020
e aquela que é a proposta nacional, eu não vou aqui falar de compromissos, pois, como sabe, essa é uma
matéria que está a ser discutida internamente — aliás, existe uma comissão eventual aqui, no Parlamento — e
com a Comissão Europeia. A nossa proposta para a área do mar é a de que exista, por um lado, um reforço,
principalmente da flexibilidade associada ao Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas, o FEAMP,
para que possam ser utilizadas as verbas do Mar 2020 — ou do nome que tiver na altura — para outro tipo de
projetos, alargando a possibilidade de se decidir outro tipo de apoios e, por outro lado, em cada fundo que existir
consignar uma percentagem para a área do mar. Esta é a nossa proposta, outro tipo de garantias não lhe posso
dar.
Quanto às alterações climáticas, como sabe, as atividades ligadas ao mar têm a ver, acima de tudo, com o
Objetivo 14 de Desenvolvimento Sustentável, ainda que também interfira com quase todos os outros objetivos,
desde o da qualidade alimentar a todas as outras áreas. Mas o Objetivo 14 de Desenvolvimento Sustentável vai
ser conseguido através de várias medidas. Destaco os compromissos que Portugal assumiu relativamente à
Agenda 2030 das Nações Unidas, no que diz respeito à extensão das áreas marinhas protegidas e aos projetos
que estão em curso — que vão ser 14%, ao invés dos 10% que o resto da Europa assumiu — e, ainda, a projetos
de limpeza e monitorização de lixos, que também já estão em curso, a grande maioria dos quais liderados pelo
IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera). A economia circular azul e todas as opções de prioridades
energéticas têm a ver com estas alterações climáticas, contribuindo um pouco para aquilo que tem de ser algo
global em todas as áreas que influenciam as políticas marítimas.
A propósito da falta de infraestruturas de pesca no Tejo, focou particularmente a captura ilegal da ameijoa.
Como tive oportunidade de dizer na intervenção inicial, tal como foi anunciado no ano passado, está neste
momento em concurso — já foram feitos o projeto e todas as avaliações — a construção da nova depuradora,
que permitirá tratar aquilo que tem a ver com a saúde pública, e tem havido ações de fiscalização mais sentidas
no terreno acerca desta matéria.
Quanto às questões colocadas pelo Sr. Deputado Paulo Sá acerca dos portos do Algarve, particularmente
ao porto de Faro — e devo dizer que disponho de pouco tempo para responder —, entendemos que esta é uma
matéria quer ligada à náutica de recreio, quer ligada às infraestruturas de pesca que tem muita interação com
as comunidades locais e, por isso, são matérias que temos que decidir em conjunto com as autarquias.
Sobre o porto de Faro, existem propostas da Câmara Municipal de Faro que vêm, no fundo, encontrar uma
solução para aquilo que é já incontornável, a de que o porto de Faro não tem clientes — tinha um cliente mas
deixou de o ter —, e que tem a ver com a existência de alternativas no âmbito da economia do mar.
Relativamente à Portos do Algarve, aguardamos o resultado daquilo que tem a ver com a descentralização
e a solução que for encontrada pela Portos do Algarve. É uma solução que está a funcionar, neste momento
existe uma concertação entre a Docapesca, o porto de Sines e a AMAL para onde vão sendo geridos e decididos
os projetos mais urgentes — aliás, o porto de Portimão está a ser objeto de investimentos.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Srs. Deputados, vamos passar à segunda ronda de pedidos de
esclarecimento.
Para o efeito, tem a palavra o Sr. Deputado João Vasconcelos, do Bloco de Esquerda.
O Sr. João Vasconcelos (BE): — Sr. Presidente, Srs. Secretários de Estado dos Assuntos Parlamentares e
das Pescas, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.ª Ministra do Mar, o Programa do atual Governo elegeu o mar como um
desígnio nacional, potenciando as atividades económicas do mar, a criação de emprego, aumentando as
exportações e maximizando a dinâmica de crescimento de transporte marítimo.