I SÉRIE — NÚMERO 71
16
No que concerne aos portos comerciais, são os mesmos considerados como um pilar fundamental para o
desenvolvimento económico do País, apostando o Governo na sua modernização, na melhoria das
infraestruturas e acessibilidades marítimas e terrestres e numa gestão mais eficiente.
Ainda mais recentemente, através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 175/2017, foi aprovada a
Estratégia para o Aumento da Competitividade da Rede de Portos Comerciais do Continente, Horizonte 2026,
onde consta a integração do porto de cruzeiros de Portimão na estratégia portuária a nível nacional, o que é
deveras relevante.
Para tal, como frisa a Resolução, o porto de Portimão terá de passar por diversas obras de requalificação a
concluir em 2020, permitindo a receção de navios de cruzeiro até 272 m.
Sr.ª Ministra, é, assim, fundamental que as obras anunciadas avancem sem demora e não sirvam, mais uma
vez, para manobras eleitorais. Convém relembrar que o anterior Governo, PSD/CDS,…
Vozes do PSD: — Oh!
O Sr. João Vasconcelos (BE): — … anunciou com pompa e circunstância obras de requalificação do porto
de Portimão, as quais não passaram de meras intenções de propaganda.
Sr.ª Ministra, qual o ponto da situação, qual o calendário, para quando o recomeço das obras do porto
comercial de Portimão?
Sobre o porto comercial de Faro, a Sr.ª Ministra já confirmou que ele iria ser desativado. Se assim for, dando
lugar a outras atividades, será deveras lamentável que isso aconteça e será uma perda do tecido económico
produtivo do Algarve.
Sr.ª Ministra, uma outra questão tem a ver com a situação de grave assoreamento que existe no Algarve, e
um pouco por todo o País, de barras, portos, canais e rias que coloca em causa a pesca artesanal, coloca em
risco a segurança de tripulantes e embarcações, como, por exemplo, em Tavira, em Santa Luzia, na Fuzeta, na
ria de Alvor. Sr.ª Ministra, isto põe em perigo essa atividade e é uma situação muito grave.
Sr.ª Ministra, o Governo vai ou não intervir, de forma urgente, na barra de Tavira e noutras localidades,
diminuindo essas dificuldades?
Sr.ª Ministra, para terminar, gostaria de saber como é que se encontra a situação do porto de Leixões, para
quando o estudo de impacte ambiental, para quando aquilo que foi anunciado pelo Governo.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral,
do CDS-PP.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Secretários de Estado dos Assuntos Parlamentares
e das Pecas, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.ª Ministra do Mar, a única vantagem de o PS ter agendado este debate
é a de ser mais uma entre muitas tentativas de pormos a economia do mar como sendo central para a economia
nacional, mas, infelizmente, temo que este debate seja mais uma oportunidade perdida.
Por isso, gostava de, humildemente, tentar contribuir para que se possa perceber alguma coisa dessa
estratégia e se, de uma vez por todas, vamos ter obra feita e realizações em relação àquilo que é um desígnio
de todos, e há um largo consenso de que temos de olhar como um grande ativo económico.
Daí as perguntas que vou fazer.
Relativamente à Rota da Seda, na comissão eventual para os fundos comunitários 2030, todos nós
consideramos essa a grande questão. A verdade é que é, de facto, uma boa questão, mas Portugal arrisca-se
a ver apenas «passar navios», como sempre. Porque 65 países, 4,4 milhões de pessoas, a ligação de duas
áreas geográficas económicas relevantes, o alargamento do Canal do Panamá são, de facto, uma grande
oportunidade, mas isso pressupõe que a Sr.ª Ministra concretize aquilo que há pouco disse. Pressupõe que
concretize o aumento da competitividade dos portos, a renovação tecnológica do trabalho portuário… De facto,
temos, devo reconhecer, a tonnagetax, temos, eventualmente, a Janela Única Portuária com grandes avanços,
mas ainda há um «elefante no meio da sala», desde logo — faço-lhe sempre a mesma pergunta —, a capacidade
ou não de haver pessoal armado nos navios. Portugal é o único país — aliás, há também a Letónia, portanto há