13 DE ABRIL DE 2018
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A nova acessão implementada pelas políticas públicas determina que esse desenvolvimento deve ser
portador de riqueza, não apenas para as áreas confinantes dos próprios portos, mas para um conjunto de
territórios que, independentemente da sua localização, beneficiam do efeito positivo gerado pelas suas
dinâmicas.
O alargamento da influência portuária se, por um lado, potencia regiões mais distantes, por outro, aumenta
a capacidade dos portos, o seu grau de importância e a sua centralidade à escala global.
A eficiência das cadeias logísticas, bem como a ligação à Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T), deve
sustentar o desenvolvimento estratégico do corredor Atlântico, que liga os portos nacionais à rede europeia,
apostando na intermodalidade marítima, fluvial e terrestre para o aumento da competitividade do setor portuário.
A Estratégia para o Aumento da Competitividade da Rede de Portos Comerciais do Continente – Horizonte
2026 enuncia a importância das políticas integradas do desenvolvimento do território e afirma uma estratégia
nacional de coesão que, como se constata, é indispensável para Portugal.
A cooperação transfronteiriça, fundamental para a implementação de medidas de otimização e
desenvolvimento do corredor Atlântico, que permita ligar com eficiência os portos de Portugal a Espanha, bem
como o sudoeste europeu ao resto da Europa, tem de assumir papel determinante naquilo que hoje se assume
como estratégia a seguir.
Ainda nesta semana, teve lugar, em Elvas, a assinatura de uma posição conjunta entre o Governo de
Portugal, através de S. Ex.ª a Ministra do Mar, o Governo Regional da Extremadura, pelo seu Presidente,
Guillermo Fernandez Vara, e pelo Presidente da Câmara Municipal de Elvas, Nuno Mocinha, afirmando o
contributo da Plataforma Logística de Elvas no contexto do tráfego de mercadorias no corredor internacional sul
Sines/Setúbal/Lisboa-Madrid-Europa, que potencia o desenvolvimento económico do concelho de Elvas, da
região do Alentejo, de Portugal, e da região da Extremadura, de Espanha.
Como foi ali afirmado e firmado, estaremos em consonância na defesa e implementação das seguintes
soluções: o impulso de soluções logísticas intermodais, visando o crescimento sustentável do transporte de
mercadorias no corredor Sines-Setúbal-Lisboa-Madrid-Europa; a simplificação da multimodalidade e o reforço
do transporte marítimo enquanto meio de transporte promotor de competitividade e sustentabilidade do referido
corredor; o desenvolvimento de novos modelos colaborativos digitais entre os diferentes atores das cadeias
logísticas nacionais e ibéricas/transfronteiriças; o desenvolvimento das atividades logísticas na rede logística
das cidades de Elvas, Badajoz, Campo Maior; expandir e melhorar a ligação ao hinterland do arco portuário
Sines/Setúbal/Lisboa para Espanha; facilitar o movimento de mercadorias/tráfego nos portos e plataformas
logísticas e portos secos da rede logística dos portos de Sines, Lisboa e Setúbal; o aumento da eficiência das
cadeias logísticas e das economias de escala entre os portos de Sines, Setúbal e Lisboa e os seus clientes
finais; a simplificação da desmaterialização dos procedimentos nos transportes das redes logísticas entre estes
portos; potencializar a intermodalidade e a utilização de meios de transporte mais sustentáveis.
Este entendimento surge em estreita ligação com o protocolo de colaboração entre o município de Elvas, a
Transitex, a DGRM (Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos) e os portos de
Lisboa, Setúbal e Sines para a criação da Janela Única Logística, nos termos do Programa do XXI Governo
Constitucional, com evolução e extensão natural da Janela Única Portuária.
O concelho de Elvas faz parte da euro-região Alentejo-Centro-Extremadura, localizado no corredor
internacional sul (Sines/Caia) do Plano Ferrovia 2020, o qual é parte integrante da Rede Transeuropeia de
Transportes, fazendo da Plataforma Logística de Elvas uma infraestrutura de grande relevância para o
alargamento do hinterland dos portos de Lisboa, Setúbal e Sines e desempenha um papel muito importante para
as importações e exportações do Alentejo e do sul de Espanha, facilitando, assim, a entrada e a saída, por via
marítima, das mercadorias importadas e produzidas na referida euro-região.
Em suma, estratégia portuária não é só estratégia para os portos, é, sobretudo, estratégia para a economia
nacional, para o desenvolvimento do país e para a coesão territorial de Portugal.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Matias.