13 DE ABRIL DE 2018
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economia do mar, aplicando, por exemplo, uma pequena parte da folga gerada pelas execuções orçamentais,
bastaria uma pequena parte dos 1200 milhões de euros em 2017.
Ninguém compreenderá que o Governo não o faça, como defende o Bloco de Esquerda.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — O Sr. Deputado António Ventura do PSD inscreveu-se para fazer uma
pergunta ao Sr. Deputado Carlos Matias, mas como já não dispõe de tempo para responder convola-se o seu
pedido de esclarecimento numa intervenção.
Tem, pois, a palavra, Sr. Deputado António Ventura.
O Sr. António Ventura (PSD): — Muito obrigado, Sr. Presidente.
Sr.as e Srs. Deputados, neste momento importa trazer para o debate um porto que tem uma posição
estratégica mundial, que é o porto de Praia da Vitória.
Gostaria de questionar quer o Bloco de Esquerda, que já não dispõe de tempo para responder, quer o PCP,
como partidos que apoiam o Governo, sobre qual a posição que têm sobre este porto. E porquê? Até agora, a
Sr.ª Ministra, já por duas vezes, em Comissão, disse que a responsabilidade dos investimentos cabem ao
Governo regional e o PS está em silêncio relativamente a isto. Resta agora os dois partidos que apoiam e
suportam este Governo dizerem qual é a posição que defendem.
Em meados de 2015, foi enviado pelo Governo regional para o Governo da República oPREIT (Plano de
Revitalização Económica da Ilha Terceira), que previa um investimento de 77 milhões de euros para este porto,
e em 30 de abril de 2016 foi assinada uma declaração conjunta entre o Governo regional e o Governo da
República em que o texto já é diferente e em que, em vez de referir um investimento de 77 milhões de euros,
passa a dizer «criar condições para permitir uma candidatura ao Plano Juncker.» Ou seja, de meados de 2015
para abril de 2016, há uma mudança. O que é que se passou entretanto? Eleições legislativas. Ou seja, o PS
mudou de posição e mudou de texto, pelo que interessa saber qual é, efetivamente, a posição dos partidos que
apoiam este Governo relativamente a este porto.
Este Governo governa com aparência e não com realidade e está a atirar para a frente. Já se passou mais
de metade da Legislatura e a exigência do Governo regional para o Governo da República não foi ainda
cumprida. Parece haver um atirar para a frente constante, fazendo de conta que se vai investir. É, pois, altura
de o PCP e de o BE se pronunciarem relativamente a esse porto estratégico, que é o porto de Praia da Vitória.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Dias.
O Sr. João Dias (PCP): — Sr. Presidente, Sr.ª Ministra, Srs. Secretários de Estado, Srs. Deputados: O PCP
defende a necessidade de uma efetiva coordenação ao nível do planeamento estratégico e do desenvolvimento
territorial entre, por um lado, os portos nacionais, o investimento e as apostas que para eles são decididas e,
por outro, o nosso aparelho produtivo, o seu desenvolvimento e a sua inclusão como parte integrante das
cadeias logísticas.
Os portos são infraestruturas complexas onde se desenvolvem múltiplas atividades económicas envolvendo
diferentes tipos de empresas e de trabalhadores especializados, com a intervenção de várias entidades públicas
que atuam de forma complementar, obrigando a uma grande coordenação de usos e de gestão do espaço
portuário.
Em geral, a gestão de uma infraestrutura portuária deve ser assegurada de forma integrada e independente
das diferentes atividades que nela se desenvolvam, viabilizando a otimização da sua exploração e a
compatibilização dos diferentes usos: marinha de comércio, marinha de pesca, náutica de recreio, atividades
marítimo-turísticas, entre outros usos.
Ao longo das últimas décadas, têm-se desenvolvido vários processos e opções políticas que, no essencial,
visam a privatização de vários setores do Estado, com ritmos e impactos diferentes: abertura dos setores
económicos à iniciativa privada; privatização das empresas do setor empresarial do Estado; transferência da