19 DE ABRIL DE 2018
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… é o que permite às empresas, hoje, financiarem-se a um custo mais baixo para investirem mais e criarem
mais emprego e é também o que permite às famílias, hoje, suportarem menos encargos com os créditos à
habitação que contraíram do que aqueles que suportavam anteriormente.
Portanto, reduzir a dívida não é algo para estarmos no quadro de honra da União Europeia, é algo para
melhorar a vida e o dia a dia das portuguesas e dos portugueses e a nossa economia.
Aplausos do PS.
É por isso que temos de continuar a fazê-lo, e da forma como temos feito, ou seja, sem voltar à austeridade
da direita, mas prosseguindo as boas políticas que vimos prosseguindo desde janeiro de 2016.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins.
Faça favor.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, sobre o sistema financeiro não
estamos de acordo, o que não é novidade. Foi o PSD que lhe permitiu a solução para o BANIF, por exemplo, e,
em relação ao Novo Banco, sempre dissemos que esta fatura assim seria cara demais e que quem beneficiaria
seria a banca privada. Portanto, concordemos que sempre divergimos.
Mas, seguramente, quando negociámos o Orçamento do Estado para 2018, nenhum de nós divergiu da
opinião de que não estávamos a ser imprudentes, nenhum de nós achou que o défice que estava previsto no
Orçamento do Estado para 2018 era despesista ou perigoso para o País. Achámos que estávamos a fazer uma
opção. Temos diferenças, é certo, mas foi uma opção pensada. Portanto, não se percebe porque é que o défice
tem de ser revisto.
Quando negociámos o Orçamento para 2018, fizemo-lo considerando as metas que o Governo já tinha
negociado com Bruxelas, mas, na verdade, agora, quando o crescimento económico permite mais, o Governo
decide ir além dessas metas. Estou certa de que o Sr. Primeiro-Ministro compreende que o Bloco de Esquerda
não fala do défice por uma obsessão de contar tostões, mas porque tem a obrigação de saber quais são os
meios que o País tem para o seu futuro, o que é muito mais importante do que os elogios de Bruxelas.
Vozes do BE: — Muito bem!
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — O Governo tem insistido — e o Sr. Primeiro-Ministro repetiu-o no início do
debate — que a consolidação orçamental resultou da dinâmica do crescimento e da criação de emprego. Se é
assim que o Governo pensa, não se compreende porque é que agora que pode ir mais longe no crescimento e
no emprego decide não o fazer.
Aplausos do BE.
Este debate não é entre quem prefere crescimento e emprego e quem prefere consolidação orçamental.
Essa é uma escolha falsa! O crescimento e o emprego são o único caminho para uma consolidação orçamental
que venha para ficar. Regressar ao passado é não compreender isto, é não compreender como é que foi feito
este caminho.
Sr. Primeiro-Ministro, para mim há uma lição a tirar destes últimos dias, e digo-lhe qual é, com toda a
franqueza: precisamos de trabalhar mais para ter um bom Orçamento do Estado, precisamos de trabalhar mais
para dar confiança, para criar emprego, para melhorar a saúde, para recuperar salários, para aumentar o
investimento, e isso depende de nós, aqui, não depende de Bruxelas. O pior de tudo seria termos um Orçamento
antecipado nos jornais para dizer o que não se pode fazer.
Vozes do BE: — Muito bem!