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26 DE ABRIL DE 2018

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constitucionalismo e à democracia, que esperamos inaugurar em 2019, assinalando, assim, da melhor maneira,

os 45 anos do 25 de abril.

Pergunto-me também se a Assembleia da República não deveria dar um sinal mais forte no sentido do reforço

das oportunidades de participação política. Temos pouca gente a participar muito e muita gente a participar

pouco.

Devemos avaliar seriamente a possibilidade de alargamento do âmbito da limitação dos mandatos e das

acumulações de cargos e ponderar incentivos eficazes à dedicação exclusiva no Parlamento.

É tempo de fazermos essa reflexão, de ouvirmos a sociedade civil, para que, na próxima Legislatura se possa

decidir com segurança.

Minhas Senhoras e Meus Senhores, não quero terminar sem antes voltar a saudar, com emoção, o Sr.

Presidente da República, o Sr. Primeiro-Ministro, os Membros do Governo, os líderes dos partidos políticos e

das direções parlamentares, os Deputados, os Funcionários, os jornalistas e os convidados aqui presentes.

A todos, digo: Viva o 25 de Abril! Viva a Democracia! Viva Portugal!

Aplausos gerais.

O Sr. Presidente da República vai agora dirigir uma mensagem à Assembleia da República.

Tem a palavra, Sr. Presidente da República.

O Sr. Presidente da República (Marcelo Rebelo de Sousa): — Sr. Presidente da Assembleia da República,

Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Presidentes dos Tribunais Superiores, Srs. Antigos Presidentes da República,

Presidente da Assembleia da República e Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Embaixadores, Srs. Capitães de Abril,

Sr.as e Srs. Deputados, Digníssimos Convidados, Excelências, Minhas Senhoras e Meus Senhores:

Quarenta e quatro anos passaram sobre a data primeira da democracia que hoje somos, e por muito repetitivo

que a alguns pareça, ou porque resistem ao que mudou ou porque nunca conheceram o que era antes ou porque

anseiam para além do que vivem, cumpre assinalar e agradecer.

Assinalar que, sem o 25 de Abril de 1974, teria sido mais longo, mais sofrido e mais complexo o estertor da

ditadura e, sobretudo, o compasso de espera pela liberdade e pela democracia.

Agradecer uma, dez, vinte, trinta, quarenta, quarenta e quatro vezes e todas as que se sigam no futuro aos

Capitães de Abril, que deram o passo sem o qual a devotada luta de tantas décadas continuaria um sonho

adiado.

Aplausos gerais.

Para os Capitães de Abril aqui presentes e para todos quantos já partiram, mas que continuam no nosso

pensamento, a certeza de que não esquecemos, não omitimos, não apagamos.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, não há ainda 20 dias, em La Lys, homenageámos os nossos heróis

mortos em combate a poucos meses do termo da Grande Guerra e, em novembro, estaremos novamente no

desfile da vitória em Paris, evocando os milhares de portugueses que serviram a Pátria em condições dramáticas

na Europa, em África, em terra, no mar e no ar, 100 anos já decorridos, tempo mais do que suficiente para

recordarmos o passado e retirarmos ilações para o presente e para o futuro. Recordarmos o passado, a cruenta

divisão da Europa, os intensos e mesmo dramáticos debates nacionais acerca do envolvimento na guerra, o

chamado «Governo de União Sagrada», a inesquecível ida do Presidente Bernardino Machado ao Corpo

Expedicionário Português na frente de batalha e aos nossos aliados no desafio comum, a muito acidentada

preparação e difícil resistência das nossas Forças Armadas, confrontadas com situações chocantemente

adversas, o sonhado papel legitimador, interno e externo, da presença militar portuguesa para a República

nascente, englobando a defesa das colónias e, sobretudo, o direito a participar no momento da vitória, com as

inerentes consequências políticas.

Em simultâneo, e em contraponto, o agravamento da situação económica e social, interna e externa, e a

corrosão do sistema político durante os anos de guerra, os apelos autoritários vindos da burguesia possidente

e conservadora e de correntes políticas e religiosas em confronto com o poder republicano, mas também, e,

sobretudo, após La Lys, setores militares, a Presidência de Sidónio Pais, o 18 de abril de 1925, o caminho