26 DE ABRIL DE 2018
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em mudança e, antes disso mesmo, a convicção de que nunca se assistiria à partida daqueles — e foram mais
de um milhão — que ousaram buscar fora o que não encontravam cá dentro.
Foi esse modelo injusto, repressivo e impossível, sonhado em 26, 33 e 40 como resistente a tudo e a todos,
que soçobrou em 1974, ou, melhor, se esgotou muito antes, mas só viu certificado nessa data, pela mão corajosa
dos Capitães de Abril, o seu esvaziamento.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, termino, pois, por onde comecei, pela data histórica que nos reúne
hoje aqui: o 25 de Abril de 1974 faz parte da memória pessoal vivida da ainda maioria dos presentes nesta
evocação, que por muito que se diga que um dia será olvidada, porque banal ou remota, nunca desaparecerá
da memória coletiva.
O breve relance pelo centenário da Grande Guerra só o confirma: celebrar o 25 de Abril em Portugal de 2018
é também aprender a prevenir os trilhos que conduzem a caminhos que todos sabemos indesejáveis, ainda que
muito diversos daqueles de há 100 anos. Diversos, porque os messianismos de hoje — são experiências alheias
que o demonstram — se escondem por detrás das aparências democráticas, usam mais eficazes poderes
mediáticos, têm contornos mais sedutores, mesmo se continuam a prometer caminhos impossíveis, a alimentar
ilusões irrealizáveis, a sacrificar liberdades essenciais, a consagrar monopólios da verdade e a custarem tempo,
muito tempo, perdido para o todo coletivo.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Não é esse, hoje — nem nunca poderá ser esse no futuro —, o nosso caminho na construção da liberdade,
da justiça social e, portanto, da democracia e, mais amplamente, da coesão interna e da projeção externa da
nossa Pátria. Nenhuma cedência de princípio pode ser admitida e nenhum tempo pode ser perdido. São os
portugueses que no-lo exigem! É Portugal que no-lo impõe!
Viva o 25 de Abril! Viva Portugal!
Aplausos gerais, de pé.
O Sr. Presidente da Assembleia da República: — Declaro encerrada a Sessão Solene Comemorativa do
XLIV Aniversário do 25 de Abril.
Eram 11 horas e 38 minutos.
A Banda da Guarda Nacional Republicana, colocada nos Passos Perdidos, tocou, de novo, o hino nacional,
que voltou a ser cantado, de pé, pelos presentes na Câmara e nas Galerias, tendo-se seguido aplausos gerais.
Presenças e faltas dos Deputados à reunião plenária.
A DIVISÃO DE REDAÇÃO E APOIO AUDIOVISUAL.