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I SÉRIE — NÚMERO 96

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nosso segundo pilar e sobre a importância que, creio, todos damos a não termos cortes neste segundo pilar da

PAC (política agrícola comum).

Na perspetiva de Phil Hogan, há três cenários possíveis: aumentar as verbas da PAC por via do aumento

das contribuições dos Estados-membros, passar dinheiro do primeiro para o segundo pilar ou aumentar as

verbas do Orçamento nacional para compensar o corte comunitário — via para a qual o Sr. Primeiro-Ministro

acabou de dizer que não estaria disponível.

Portanto, a minha pergunta é a seguinte: o que é o que o senhor vai fazer no Conselho Europeu?

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada, como temos dito desde o princípio, a melhor

forma de evitar reduções da política de coesão e da política agrícola, num cenário em que há menos um

contribuinte e há mais despesas, é todos os Estados contribuírem mais.

Portanto, a primeira posição de Portugal é essa. O Comissário Phil Hogan deve ter-lhe dito, quando esteve

em Santarém, na Feira Nacional da Agricultura, num debate em que eu também pude participar, que o Governo

português manifestou todo o apoio à Comissão para que esta obtenha os fundos necessários para poder alocar

à PAC. Isto porque não nos podemos pôr na posição cómoda, em que os Estados-membros se colocam, de não

estarem disponíveis para porem mais dinheiro no Orçamento comunitário e, depois, exigirem à Comissão que

lhes dê mais dinheiro, como se a Comissão o produzisse, em vez de ele resultar das transferências dos Estados.

Ora, para sermos coerentes, se queremos ter mais política de coesão e mais política agrícola, temos de estar

disponíveis para ter mais contribuições para o Orçamento comunitário.

Estamos disponíveis e foi isso que dissemos que íamos fazer.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, estou perfeitamente de acordo

em relação a mais contribuição. Aliás, neste projeto de resolução, o CDS propunha aumentar a contribuição

para 1,3% do PIB (produto interno bruto) comunitário. Tenho pena de que o Governo português só tenha

defendido um aumento de 1,2%, porque, assim, a Comissão só propõe 1,1%.

Se tivesse havido mais países, porventura, a baterem-se por um aumento superior, se calhar, esta discussão

em relação à PAC hoje estava mais bem encaminhada.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!

A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Saberá, certamente, que do nosso lado haverá coerência em todos

os domínios, nomeadamente também para injetar mais dinheiro na agricultura portuguesa, o que não é a vossa

linha, como, de resto, se viu logo na mudança de Governo quando retiraram uma reprogramação em Bruxelas

que injetava mais 240 milhões de euros na agricultura portuguesa. Vale sempre a pena lembrar.

Mas, Sr. Primeiro-Ministro, deixe-me também lembrar-lhe que o senhor conseguiu, em resposta ao PSD,

falar dos casos dos cortes na coesão, mas não falou dos casos dos países do sul, do tal grupo do sul que o Sr.

Primeiro-Ministro tanto acarinha, e que aumentaram as verbas, já nestas primeiras perspetivas. Vou dar-lhe só

dois ou três exemplos: Espanha aumenta na coesão, Itália aumenta na coesão; Grécia aumenta na coesão. Há

mais dois países que não são do sul, mas que são da coesão, Bulgária e Roménia, que também aumentam.

Portanto, devíamos talvez olhar para aí e perguntar-lhe o que é que vai fazer, ou seja, se vai olhar para estes,

nomeadamente para Espanha, e como é que vai explicar em Bruxelas que Espanha precisa de mais política de

coesão do que Portugal.

Aplausos do CDS-PP.