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21 DE JUNHO DE 2018

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O Sr. Fernando Negrão (PSD): — E isso consola-o?!

O Sr. Adão Silva (PSD): — Era um Governo socialista!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, estamos, neste momento, numa fase ainda diferente da

negociação.

Esse corte de 10,58% foi o resultado final da negociação que o então Governo fez, enquanto que,

relativamente à redução de 6%, estamos ainda na fase de negociação e com a esperança, a determinação e a

convicção de que podemos minorar o impacto da saída do Reino Unido e da diminuição das suas contribuições

e do facto de, hoje, a Europa investir também noutras despesas, para além das despesas da coesão e da PAC.

Por isso, Sr. Deputado, concentremo-nos no que é essencial: mantermo-nos unidos perante as instituições

europeias para a defesa dos interesses de Portugal.

É isso que o Governo fará e espero que seja isso que o PSD continue a fazer.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Segue-se, na colocação de questões, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda.

Tem a palavra, para o efeito, a Sr.ª Deputada Catarina Martins.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, a separação das famílias imigrantes

nos Estados Unidos da América e o enjaulamento literal das crianças não podem deixar ninguém indiferente.

Aliás, está a acontecer uma tentativa perigosa de justificação do que está a ocorrer, dizendo que se trata de

pessoas sem papéis. Nenhum de nós precisa de ter documentos para ser gente! Somos todos filhos e filhas,

mães e pais de imigrantes. Aquelas famílias que estão a ser separadas são as nossas famílias, aquelas crianças

são as nossas crianças e todo o silêncio será cúmplice. Não pode existir nenhum silêncio, perante as atrocidades

da América de Trump.

Aplausos do BE e das Deputadas do PS Elza Pais e Marisabel Moutela.

Sr. Primeiro-Ministro, permitia-me sugerir-lhe, no início deste debate, porque Portugal não é cúmplice do

atropelo dos direitos humanos, que mandasse chamar o embaixador norte-americano para lhe dar conta do

repúdio de Portugal por estas ações bárbaras da Administração Trump e também pela decisão de abandonar o

Conselho dos Direitos Humanos da ONU.

Aplausos do BE.

Sr. Primeiro-Ministro, infelizmente, não é só na América de Trump que os direitos humanos valem cada vez

menos. As decisões do Governo italiano, por exemplo, também não podem passar em branco. A perseguição

às pessoas ciganas, a ameaça aos imigrantes e a recusa em acolher um barco humanitário são sinais muito

preocupantes do que se está a passar na Europa.

Há, agora, um Conselho Europeu e não seria aceitável que este Conselho Europeu continuasse a desviar os

olhos das mortes no Mediterrâneo ou das atitudes neofascistas de tantos governos, desde o húngaro ao italiano.

Vozes do BE: — Muito bem!

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Soubemos agora mesmo que Jean-Claude Juncker marcou uma reunião

informal, preparatória, sobre migrações, antes mesmo do Conselho Europeu, e gostaria de saber se Portugal foi

ou não convidado para essa reunião e apelar a que não deixasse os direitos humanos serem um pormenor na

reunião do Conselho Europeu.

Aplausos do BE.