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I SÉRIE — NÚMERO 96

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a política agrícola comum, além de assegurar a segurança alimentar, tem de dar um contributo acrescido para

enfrentarmos as alterações climáticas e a política de coesão tem de contribuir para a prevenção da radicalização

em várias periferias ou centros urbanos e tem de se centrar mais nas pessoas como um instrumento do pilar

social».

Portanto, não só referi isto ao longo destes meses todos, como também acabei de o dizer há pouco na minha

intervenção inicial. Se o Sr. Deputado não ouviu, peço desculpa e por isso o repeti. Mas que não haja a menor

dúvida de que, obviamente, a defesa da política de coesão e da política agrícola, na sua integralidade, é um

ponto essencial não só do acordo que assinámos mas também da política deste Governo.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem, ainda, a palavra o Sr. Deputado Fernando Negrão.

O Sr. FernandoNegrão (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, escusava de ter lido, porque ouvi a

sua intervenção, aliás, como ouço sempre, com a maior atenção.

Protestos do PS.

O que acontece é que, mais uma vez, o Sr. Primeiro-Ministro não tinha nada para me responder, não queria

responder e, então, a sua resposta foi a repetição do que leu na intervenção inicial. Não foi mais do que isso.

O Sr. AdãoSilva (PSD): — Exatamente!

O Sr. FernandoNegrão (PSD): — Sr. Primeiro-Ministro, o orçamento apresentado faz da política de coesão

o parente pobre das políticas europeias. Isto é um facto! E não vejo o Governo contestar este facto, que é muito

mau para Portugal e para os portugueses.

A Comissão Europeia, apesar de já terem perguntado insistentemente, ainda não explicou, nem parece

querer explicar, por que razão cortou o fundo de coesão em 45%, Sr. Primeiro-Ministro. Repito: 45%! É um

número muito significativo! Do Governo português não se ouve uma palavra de protesto e não se vê uma posição

firme.

Por isso, faço-lhe mais uma pergunta, daquelas que já trazia feitas, obviamente, porque faço o trabalho de

casa: o Sr. Primeiro-Ministro vai deixar de ter, de uma vez, o discurso amável e subordinado que tem tido para

passar a exigir, com firmeza e justiça, a distribuição das verbas?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Fernando Negrão, não terá estado atento, mas

desde o primeiro minuto que o Governo, como, aliás, todas as forças políticas, tem dito que a proposta da

Comissão, mesmo a nova proposta que já representa um grande progresso relativamente à versão inicial, é

insuficiente. Já o disse, inscrevi este tema para debate hoje, aqui, neste Parlamento, reafirmei-o no meu discurso

e reafirmá-lo-ei no Conselho.

O corte de 45% a que se refere não se aplica a Portugal; a política de coesão, no âmbito dos fundos

estruturais, tem uma redução de 10%, em média. Há países, como países vários do leste da Europa, que têm

cortes de 24% e de 25%. Portugal tem, neste momento, um corte de 7%. Não estamos satisfeitos com esta

redução a preços constantes relativamente ao passado e vamos continuar a bater-nos pela sua melhoria.

Não percebo qual é a sua dúvida, porque temos dito e repetido a mesma coisa várias vezes e continuaremos

sempre a dizer e a repetir a mesma coisa.

Aplausos do PS.