5 DE JULHO DE 2018
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Aplausos do PS.
Ao longo da minha vida enquanto autarca, contribui, participei e trabalhei com muitos autarcas do Partido
Comunista. Foram parceiros importantíssimos no desenvolvimento da minha região.
Conheço o trabalho desenvolvido por muitos, a vontade e a disponibilidade que têm para usar o cargo que
detêm no sentido de contribuírem para uma melhor qualidade de vida dos seus munícipes e para o
desenvolvimento dos seus territórios. Correspondendo àquela que é a vontade determinada de muitos autarcas,
da generalidade dos autarcas, mas, em especial, dos autarcas do Partido Comunista, que conheço, penso que
era necessário que o Partido Comunista tivesse um papel mais ativo neste processo de discussão.
Por isso, pergunto-lhe, Sr.ª Deputada Paula Santos, se o PC está disponível,…
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — O PCP!
O Sr. Norberto Patinho (PS): — … desculpe, se o PCP está disponível para contribuir ativamente na
discussão que se vai seguir para o reforço das competências das autarquias locais, permitindo também aos
autarcas que assumam o protagonismo que é necessário neste processo de desenvolvimento territorial e de
coesão social.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado
Pedro Alves.
O Sr. Pedro Alves (PSD): — Sr. Presidente, antes de mais, quero começar por dizer à Sr.ª Deputada Paula
Santos, do Partido Comunista Português, que os Deputados do PSD, em relação à descentralização, não são
«verbos-de-encher», respeitam muito o trabalho, a opinião e a posição dos seus autarcas no âmbito da
Associação Nacional de Municípios Portugueses. Espero também que o PCP respeite o trabalho dos seus
autarcas nessa Associação.
Aplausos do PSD.
Embora a descentralização esteja, hoje, no centro do nosso debate político sobre o interior, não podemos
considerá-la, de forma alguma, como o alfa e o ómega das assimetrias regionais. Não podemos ficar apenas
por aqui; caso contrário, ficaremos muito aquém das necessidades do interior.
A recente tragédia dos incêndios tornou claro que a coesão territorial é, simplesmente, uma questão de
regime, que o combate às assimetrias é, hoje, um desafio estruturante e decisivo para o futuro do nosso País.
Porém, enquanto não avançamos para esta reforma, quero convidar as Sr.as e Srs. Deputados a fazerem
uma pequena avaliação das assimetrias regionais que, hoje, vive o nosso País, fruto da ação deste Governo, e
que têm sido alvo de grande preocupação na região de Viseu.
Começo pela saúde, que também aqui já foi referida. O Centro Hospitalar Tondela-Viseu, que, até agora, era
uma unidade de excelência e de referência para a região Centro, vive, hoje, tempos de grande desassossego e
sobressalto. Desde logo, pela marca de água socialista: aumento significativo da dívida e dos prazos de
pagamento aos fornecedores; grave carência de recursos humanos nos diferentes serviços — faltam mais de
100 enfermeiros, faltam 65 médicos especialistas, falta de técnicos superiores de saúde, de técnicos de
diagnóstico e terapêutica, de assistentes técnicos, de assistentes operacionais. Tudo isto se reflete no acesso
dos utentes aos cuidados de saúde e facilmente podemos verificar através do aumento do tempo de espera
para consultas, para cirurgias, para tratamentos e para exames e também, de uma forma geral, através na
redução da capacidade, da produtividade e da qualidade do Centro Hospitalar.
Além disso, há um atraso incompreensível na concretização de alguns investimentos que são fundamentais
para a qualidade do Centro Hospitalar, como são as obras de ampliação do Serviço de Urgência e também a
construção de um centro oncológico. Segundo o Conselho de Administração, ainda nada foi feito, porque não
há autorização das Finanças, ou seja, não há dinheiro.