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I SÉRIE — NÚMERO 106

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Porque falta investimento no Serviço Nacional de Saúde? Porque entregamos 40% do investimento total em

saúde aos privados? Porque colocou o Governo no caminho da lei de bases de Arnaut e Semedo, que salva o

SNS, o grupo de trabalho de Maria de Belém, cujo relatório é música para os ouvidos do negócio privado na

saúde?

Porque é que os salários não acompanham o crescimento da economia? Porque falta ainda emprego para

tantos e sobram as horas de trabalho para tantas e tantos outros?

A reforma da legislação laboral executada pela direita e que o atual Governo prometeu aos patrões manter

no essencial é uma máquina trituradora de salários e de direitos. Cada dia que passa com essa legislação em

vigor é um dia que falta ao salário.

Porque recuou o Governo no regime das longas carreiras contributivas?

Porque falta aos pensionistas o que não se cobra aos lucros das grandes empresas?

Porque continuam a pesar na conta da luz as rendas excessivas que não se cortam às elétricas?

Porque falta ao ambiente a coragem de acabar com as concessões que só servem as petrolíferas?

Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Temos orgulho do que foi

conseguido. Repito, temos orgulho do que foi conseguido.

Mas quem teve a responsabilidade de devolver a esperança tem também a responsabilidade de não vender

ilusões e a responsabilidade de prosseguir este caminho, em vez de reconduzir o País para a política do

«centrão».

Aplausos do BE.

Da parte do Bloco, saibam que continuaremos como até aqui: determinados na prossecução do acordo que

assinámos em 2015, exigentes na defesa do País, de quem aqui vive, de quem aqui quer viver, de quem

trabalha, de quem trabalhou toda uma vida.

Aqui estamos para negociar um Orçamento do Estado que reforce o investimento na saúde, nos transportes,

na educação, na ciência e na cultura, que faça justiça nas pensões antecipadas das longas carreiras, que baixe

o preço da energia.

Aqui estamos para o aumento do salário mínimo, para vincular os trabalhadores precários, para travar

despejos e construir respostas públicas na habitação.

Aqui estamos para cumprir o compromisso com quem trabalha.

Seremos, como sempre, a força para encontrar soluções. Queira o Governo também encontrá-las com a

esquerda.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para uma intervenção, em nome do Grupo Parlamentar do

CDS-PP, tem a palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.

A Sr.ª AssunçãoCristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro e demais membros do Governo,

Sr.as e Srs. Deputados: Serviços públicos em colapso, serviços hospitalares que encerram, unidades de saúde

familiar que não abrem, ferrovia em estado crítico, professores em greve, alunos à espera, consultas atrasadas,

cirurgias canceladas, transportes públicos em falta, crescimento económico abaixo do suposto, investimento

público em mínimos históricos, proteção civil ineficiente, carga fiscal no máximo histórico, cativações nunca

vistas, dívidas a fornecedores a galopar, ciência em crise, setor cultural à sua sorte, mobilidade social a afastar-

nos da média europeia, uma dívida que não se controla, impostos europeus que nos querem impor, instalações

militares assaltadas, um interior que vê adiado o seu estatuto fiscal.

Tudo isto quando o País continua a procurar recuperar da maior tragédia que conheceu nas últimas décadas.

Este é o retrato do País ao dia de hoje.

Não falamos do País da bancarrota, sem dinheiro para pagar pensões. Não falamos do País intervencionado,

a ter de pedir emprestado sob pena de colapso. Não falamos do País da troica, com o Memorando deixado por

José Sócrates. Falamos, sim, do País governado pelas esquerdas, do País com três orçamentos das esquerdas,