21 DE SETEMBRO DE 2018
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fez foi apresentar uma proposta que, na lei, de forma inequívoca, sem qualquer margem para dúvidas, torna
isso possível. Já está entregue, está na Comissão Eventual para o Reforço da Transparência no Exercício de
Funções Públicas, que, neste momento, é o veículo mais rápido para o assegurar.
O que pergunto — e devolvia a pergunta — é o seguinte: há disponibilidade de todos…
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Vou concluir, Sr. Presidente.
Há disponibilidade de todos, ou não, para garantirmos, inscrito na lei, sem qualquer margem de dúvidas e
sem ficar na dependência de uma decisão de uma entidade administrativa, que a lista é pública?
Entendemos que sim e já entregámos uma proposta de alteração que vai precisamente nesse sentido.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para novo ciclo de perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado José Silvano,
do PSD.
O Sr. José Silvano (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado José Delgado Alves, com toda a sinceridade, não
percebo porque é que hoje, na sua declaração política, aborda a transparência, nomeadamente o funcionamento
da comissão da transparência.
Há meses que estamos reunidos nessa comissão, há meses que procuramos consensos num ambiente
apropriado e responsável para chegar a soluções equilibradas e responsáveis. Portanto, não percebo, como
debate de atualidade ou declaração política, hoje, o tema da transparência. A não ser que o Partido Socialista,
e quero fazer-lhe esta pergunta já, de início, queira fazer da transparência uma bandeira política. Penso que, se
for esse o caso, é um mau princípio porque nunca dá bons resultados. Fazer da transparência uma bandeira
política é condenar o funcionamento da comissão da transparência a soluções que não vêm trazer nada de
positivo.
É que a transparência, depois, pratica-se, não é só anunciável, pratica-se! Não podemos falar de
transparência quando, depois, fazemos com que, pedidas informações, elas não sejam dadas, quando são feitas
perguntas ao Governo, elas não sejam respondidas. Portanto, a transparência pratica-se no dia a dia.
Não percebo, sinceramente, qual é a oportunidade de, ontem ou na terça feira, na Comissão Eventual para
o Reforço da Transparência no Exercício de Funções Públicas, discutirmos a nova metodologia para esta
Comissão, para chegarmos a acordos e a consensos, e, hoje, a transparência ser objeto de uma declaração
política no Parlamento. Essa não percebi! É esta a pergunta de fundo.
O PS não devia dizer, primeiro, para chegar a determinados consensos, quais os parceiros que quer para
esses consensos? Já definiu isso, para chegarmos a determinados consensos, ou, conforme as circunstâncias,
vão-se atrasando os trabalhos, escolhendo os parceiros, de um lado ou do outro, quando interessam?
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Eles variam! Para umas coisas querem uns, para outras querem outros!
O Sr. José Silvano (PSD): — Aí vamos adiar os trabalhos e não vamos chegar a consenso nenhum.
Aplausos do PSD.
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Isso mesmo!
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr. Deputado António Carlos Monteiro, tem a palavra, também para uma
pergunta, em nome do CDS-PP.
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Sr. Presidente, o Sr. Deputado Pedro Delgado Alves escolheu
o tema da transparência para a sua intervenção política de hoje. Gostaríamos que essa intervenção tivesse sido
bastante mais produtiva, Sr. Deputado, e bastante mais transparente.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — É isso! São assim as nossas reuniões.