30 DE OUTUBRO DE 2018
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Aplausos do CDS-PP.
Para terminar, podem até dizer que Tancos começou por um crime e que o crime existiria sempre, o crime
seria incontornável — podem até dizer-me isso —, mas, depois, tudo o resto, a encenação, a operação, quem
sabia, como é que foi feito, isso é outra questão, isso aí já não é crime, isso é política. Podem dizer que o crime
seria incontornável, porém, Srs. Deputados, eu pergunto…
O Sr. António Filipe (PCP): — Isto é para substituir aquela parte do ISP!
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Não, Sr. Deputado António Filipe, não é do ISP que estou a falar, é da
PSP. É diferente e o senhor deveria estar preocupado com a situação da PSP, porque a conhece bem.
Aplausos do CDS-PP.
Risos do PCP e do BE.
Sr. Deputado António Filipe, saindo da PSP, quando falamos de Tancos, quando falamos do crime…
Protestos do PCP.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, peço que deixem o orador continuar a sua intervenção.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Muito obrigado, Sr. Presidente.
Como estava a dizer, quando falamos de Tancos, quando falamos do crime, quando falamos daquele que é,
provavelmente, o maior escândalo da democracia portuguesa, quando os números são inequívocos, quando a
Polícia Judiciária, os seus inspetores e os seus investigadores nos dizem que, face às circunstâncias atuais,…
Protestos da Deputada do BE Mariana Mortágua.
… nunca como hoje existiu falta de efetivos, nunca como hoje existiu falta de meios de investigação na Polícia
Judiciária, eu pergunto: Sr.as e Srs. Deputados, o que é que está a acontecer? É que, neste domínio, o que está
a acontecer é ainda mais grave. O que está a acontecer, neste domínio, é de uma enorme gravidade! Quando
se reduz o número de efetivos na Polícia Judiciária, quando o número de inspetores é claramente insuficiente,
quando os meios são claramente insuficientes, quando o equipamento é obsoleto e não serve, o que é que
estamos a asfixiar? É a Polícia Judiciária? Não! O que estamos a asfixiar, deliberadamente ou não, é a
capacidade de combate ao crime, o que estamos a asfixiar é a capacidade de o Estado de direito democrático
se proteger do crime e da corrupção, e isto, independentemente das pessoas, é de uma enorme gravidade, isto,
do nosso ponto de vista, é absolutamente inaceitável.
Termino, Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Deputados, dizendo que, para nós, as áreas de
soberania são essenciais, a segurança dos portugueses é fundamental. Nós não aceitamos, como faz este
Orçamento do Estado, que se enfraqueça a proteção dos portugueses, que se enfraqueça a segurança dos
portugueses, que não se dê prioridade absoluta às áreas de soberania e à segurança dos portugueses.
Aplausos do CDS-PP, de pé.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado Telmo Correia, a Mesa regista uma inscrição para um pedido de
esclarecimentos, da parte da Sr.ª Deputada Isabel Santos.
Tem a palavra, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Isabel Santos (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Telmo Correia, depois de termos assistido aqui
a uma prestação da Sr.ª Deputada Assunção Cristas a espalhar purpurinas pela cabeça dos portugueses, num