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I SÉRIE — NÚMERO 18

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O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro e Srs. Membros do Governo, Sr.as e

Srs. Deputados: Este é o último Orçamento desta Legislatura e, portanto, o último Orçamento do Governo das

esquerdas unidas.

O Sr. António Filipe (PCP): — Se fosse no Governo anterior, não seria o último!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — O Sr. Ministro das Finanças, na sua intervenção inicial, perante o silêncio

irónico — ou quase sempre irónico — do Sr. Primeiro-Ministro, classificou este Orçamento de histórico, mas a

história deste Orçamento é a de que, de facto, ele é uma enorme oportunidade perdida e um logro, como poucas

vezes vimos neste Parlamento.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — O Orçamento, que tem, de facto, a mais elevada carga fiscal,

curiosamente, também enfrenta o maior e o mais elevado nível de descontentamento a que alguma vez

assistimos relativamente a um Orçamento do Estado. Isto, Sr.as e Srs. Deputados, não pode deixar de ser visto

como muito curioso!

É curioso, Srs. Deputados, que estejam descontentes os professores, que estejam descontentes os médicos,

que estejam descontentes os enfermeiros, que estejam descontentes os polícias e — veja-se, Srs. Deputados!

— que este Orçamento e este Governo enfrentem mais protestos e mais greves do que o Governo que teve de

lidar com a troica e que conseguiu sair dessa mesma situação.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Jorge Costa (BE): — Isso é um elogio!

O Sr. João Oliveira (PCP): — É pela luta que o País avança!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — E isto, mesmo com os partidos mais à esquerda dentro do Governo e da

maioria, Sr. Deputado João Oliveira!

Queria falar agora, essencialmente, da área da soberania, ou seja, da área que tem a ver com aquilo a que

poderíamos chamar «orçamento para a segurança» ou orçamento destinado às questões da segurança.

Quatro anos depois da troica, três anos e meio depois do Governo das reposições, dos equilíbrios, etc., o

que é que seria expectável, logo à partida, para as forças de segurança, para a PSP (Polícia de Segurança

Pública) e a GNR (Guarda Nacional Republicana)? Eu digo o que era expectável: era expectável que, de facto,

a reposição fosse feita até às últimas consequências;…

O Sr. João Oliveira (PCP): — Contra a vossa vontade!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — … era expectável que o Governo cumprisse as suas promessas e

pagasse o que tinha de pagar;…

O Sr. João Oliveira (PCP): — Contra a vossa vontade!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — … era expectável que o Governo lhes desse instalações dignas; era

expectável mais justiça; e, sobretudo, era expectável mais consideração. Mas não é nada disso que acontece

e, nesta área, o Orçamento é uma deceção, é um logro e é uma oportunidade perdida!

Ainda há pouco, o Sr. Ministro das Finanças disse que queria — estou a citar de cor, mas era mais ou menos

isto — devolver a dignidade a quem contribui para a causa ou para as funções públicas. Era isto que nos dizia

o Sr. Ministro das Finanças. Pergunto, Sr. Ministro: devolveram essa dignidade? Devolveram a dignidade e o

prestígio das funções às forças de segurança? Mas, se devolveram, por que razão é que eles não deram por