31 DE OUTUBRO DE 2018
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nos programas de valorização do património cultural e do património turístico. O Programa Valorizar vai ser
reforçado, o que permite a instalação e o investimento no território turístico. O Programa Revive está a beneficiar
um conjunto de bens de património cultural no interior do País e, mais importante do que isso, para a valorização
do nosso património cultural e impedir o abandono do território rural, o lançamento, pela primeira vez no nosso
País, da remuneração de serviços de ecossistema.
Sr. Deputado Heitor de Sousa, a atenção ao investimento público é crucial nesta fase da Legislatura.
Lançámos as bases para o crescimento sustentável futuro do País, que é possível nesta altura graças às contas
públicas sólidas que constituem a boa fundação para o futuro.
O investimento público está a acelerar. Um terço do investimento público começou a ser executado no
primeiro semestre e a tendência é de aceleração no segundo semestre. Já no final de setembro, o investimento
da administração central crescia 30% relativamente ao período homólogo do ano anterior. Na ferrovia, estamos
a fazer um dos maiores investimentos de sempre e estamos a renovar a frota da CP, tal como também a dos
metropolitanos de Lisboa e do Porto. Estamos a construir rodovias de proximidade, particularmente no centro
do País, e estamos com uma particular atenção ao transporte coletivo, não apenas nas áreas metropolitanas,
mas em todo o País. As indemnizações compensatórias dirigidas às empresas de transportes já quintuplicaram
relativamente aos períodos anteriores.
Sr. Deputado Nuno Magalhães, este não é o primeiro debate em que intervenho como Ministro Adjunto e da
Economia. Já aqui estive anteriormente nessa qualidade. Só queria ressalvar essa matéria.
Aplausos do PS.
O Sr. Filipe Neto Brandão (PS): — Ele estava distraído.
O Sr. Ministro Adjunto e da Economia: — Sr. Deputado, percebo o seu interesse pelo ISP, mas queria
dizer-lhe também que a preocupação que temos de ter é com a competitividade externa das nossas empresas.
As nossas empresas têm estado a ganhar quota de mercado no exterior de uma forma extraordinária. As
exportações aumentaram decisivamente e, neste momento, o ganho de quota de mercado das empresas
portuguesas no exterior ultrapassou os 40% relativamente a 2015. Com o que é que temos de nos preocupar
para continuar a apoiar a competitividade das nossas empresas? Temos de nos preocupar com que os custos
de funcionamento, os custos em que incorrem no exercício da sua atividade sejam equiparados aos que as suas
congéneres europeias têm. É por isso que, em matéria de ISP, com a redução anunciada, o preço da gasolina
vai ficar, desde já, ao nível médio do da União Europeia…
Vozes do CDS-PP: — Mas os nossos salários são mais baixos!
O Sr. Ministro Adjunto e da Economia: — … e o ISP do gasóleo está abaixo do da média europeia. Mais
do que isso: no transporte de mercadorias temos o regime do gasóleo profissional, que permite, precisamente,
recuperar o ISP que é incorrido pelas empresas.
Vamos, sim, proceder à redução do preço das portagens. Neste ano, e pela segunda vez nesta Legislatura,
vamos reduzir o preço das portagens. É importante reduzir os custos de contexto das empresas que investem
e desenvolvem a sua atividade no interior e que se encontram mais longe dos centros de consumo.
Quanto à redução de IRS para metade, essa proposta cria desequilíbrios que não são adequados. O que
distingue o residente em Soure do que está em Pombal? Como é que se permite que uma pessoa possa alterar
a sua residência fiscal apenas para 30 km de distância para beneficiar de uma redução de IRS desta maneira?
Esta não será, seguramente, a forma mais adequada de acautelarmos esses interesses e é por isso que, em
matéria de IRS, conseguimos aumentar as deduções para aqueles que alterem a sua residência para o interior.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos passar à segunda ronda de perguntas.
Tem a palavra o Sr. Deputado Duarte Alves, do Grupo Parlamentar do PCP.