31 DE OUTUBRO DE 2018
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restauração, a redução e, agora, o fim do pagamento especial por conta, a revogação da coleta mínima no IRC
simplificado.
Mas fez também menção aos temas do investimento público. O investimento público em 2019 irá continuar
a aumentar. É verdade que é importante recuperarmos o défice de investimento público que nos foi legado da
Legislatura anterior. Na verdade, o défice no investimento público não se deveu só à redução grande no
investimento realizado nos quatro anos da Legislatura precedente, mas também ao facto de, para esta
Legislatura, não terem sido deixados praticamente projetos com capacidade de serem executados de imediato
nem sequer de terem sido apropriados recursos para fazer face a esses investimentos.
Protestos do PSD.
Demorámos tempo a termos esse projetos executados, mas agora estamos verdadeiramente a acelerar o
ritmo de execução do investimento que, como diz, é importante para o futuro deste País.
Sr. Deputado José Luís Ferreira, falou da importância das micro e pequenas empresas no desenvolvimento
do interior. É verdade, temos de continuar a apoiar esses pequenos investimentos. É, por isso, que é tão
relevante o sistema de incentivos ao empreendedorismo e ao emprego, que tem estado a apoiar em todo o País,
mas com uma preponderância proporcionalmente mais significativa no interior, pequenos projetos de
investimento, de modernização, de requalificação das capacidades produtivas.
Mas falou também de um problema crucial para a nossa economia, que tem a ver com o financiamento das
pequenas e médias empresas. De facto, confrontámo-nos, no passado, com uma dificuldade de acesso ao
crédito por parte das pequenas e médias empresas, e essas dificuldades ainda não se ultrapassaram. O sistema
bancário está confrontado com exigências regulatórias que tornam cada vez mais exigente o acesso ao crédito.
Existe aí uma falha de mercado. E é essa falha de mercado que a política do Governo tem tentado ultrapassar.
Por isso, lançámos as linhas de crédito Capitalizar, logo em 2016. As linhas Capitalizar fizeram chegar às
pequenas e médias empresas portuguesas cerca de 2900 milhões de euros de financiamento. É por isso,
também, que estamos agora a reforçar essas linhas. A Linha Capitalizar 2018 foi lançada, já neste ano, com
mais 1600 milhões euros de financiamento potencial a que as pequenas e médias empresas já estão a aceder.
A Linha Capitalizar Mais, por parte da IFD (Instituição Financeira de Desenvolvimento), está também a fazer
chegar 1000 milhões de euros, através do sistema bancário, às pequenas e médias empresas. É uma falha de
mercado que só uma política pública determinada pode contrariar.
Sr. Deputado Paulo Rios, mencionou a importância do investimento empresarial para o crescimento do País.
É verdade, só posso concordar consigo que o crescimento da nossa produtividade tem de assentar,
seguramente, na qualificação dos nossos recursos humanos, mas também no investimento empresarial. E é por
isso — não é por otimismo ou por outro motivo — que nos temos de regozijar com a circunstância de, no ano
passado, o investimento privado ter crescido 9,2%. É o crescimento de investimento privado mais significativo
deste século. É por isso que temos de estar satisfeitos, por o investimento direto estrangeiro estar, neste
momento, ao nível máximo de sempre. Nunca houve um stock tão elevado de investimento direto e estrangeiro
no nosso País como neste preciso momento.
É bom falarmos de números. Eu gosto de falar de números, porque os números contrariam ideias feitas. É
por isso que se o Sr. Deputado traz a ideia feita de que este Governo tem desencorajado o investimento privado,
é importante mencionarmos estes números, porque eles são claros.
É claro, também, que o crescimento, no nosso País, continua, pelo segundo ano consecutivo, acima da média
europeia. É uma coisa que também não sucedia desde o início deste século.
Aplausos do PS.
O Sr. Deputado manifestou alguma preocupação com o crédito ao consumo. É, por isso, precisamente, que
o Orçamento visa penalizar o crédito ao consumo.
O Sr. Deputado mencionou um ponto muito importante que tem a ver com o apoio à inovação e ao emprego
científico. É por isso, também, que este Orçamento apresenta um aumento muito significativo do investimento
na ciência e no trabalho científico que corresponde, precisamente, à tradução financeira da prioridade absoluta
que o Governo dá à inovação científica e ao investimento em investigação e desenvolvimento.