31 DE OUTUBRO DE 2018
19
é que perspetivamos um aumento da procura? Porque sabemos que o crescimento da atividade económica gera
um crescimento da mobilidade dos transportes e das deslocações.
Protestos do PSD.
Na verdade, o País continuará a crescer acima da média europeia e é por isso que prevemos um aumento
das deslocações e também da coleta do ISP. Não é por via de nenhum agravamento das taxas destes impostos.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados:
Este debate, segundo o que a direita nos dizia há 3 anos, é uma impossibilidade. Não era possível este Governo
durar 3 anos, não era possível chegarmos ao quarto Orçamento do Estado de uma maioria parlamentar que
depende do apoio do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista Português.
Esta política, dizia o CDS, em 2015, era a política da ruína de Portugal e a bebedeira de seis meses de
medidas traria, depois, uma enorme ressaca. E o PSD falava, em 2015, das promessas falsas que existiam
nesta maioria parlamentar.
Como agora se silenciaram estas críticas, pretendem fazer esquecer este passado. Mas há uma praxe do
Partido Social Democrata desde 2015. Essa praxe é a intervenção de Maria Luís Albuquerque. Vejamos o que
é que ela dizia, na altura: «(…) serão pagos por todos nós, pelos nossos impostos, com a perda dos nossos
postos de trabalho, com reduções de oportunidades para os nossos filhos, condenando as próximas gerações
à precariedade e à incerteza».
O Sr. Heitor de Sousa (BE): — Era tudo uma desgraça!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.as e Srs. Deputados do PSD, se esta é a pitonisa de serviço do vosso
partido, então, temos de concluir que necessita de mudar a bola de cristal, porque ela está parada no tempo,
Srs. Deputados.
Mas há uma promessa que queremos cobrar neste último Orçamento da Legislatura. É que nós não nos
esquecemos do que Pedro Passos Coelho disse e, por isso, se há seriedade na bancada do PSD, quero
perguntar-vos se levam a sério uma frase de Pedro Passos Coelho, que passo a ler, ipsis verbis. Dizia Pedro
Passos Coelho: «Se pudéssemos de todo devolver salários, pensões e impostos e, no fim, as contas batessem
todas certas, isso seria fantástico. Se isso funcionar, passarei a defender o voto no PS, no BE e no PCP».
Aplausos do BE.
A Sr.ª Teresa Leal Coelho (PSD): — Não, não!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Da parte do Bloco de Esquerda, não queremos esse apoio, mas, Sr.
Primeiro-Ministro, veja lá se não quer fazer esse convite.
Sr.as e Srs. Deputados, a direita diz duas coisas parecidas sobre este Orçamento do Estado. O PSD diz que
é eleitoralista, apesar de não conseguir criticar nenhuma medida em concreto — não «cheira bem» ao PSD! E
o CDS diz que é um eleitoralismo do jeito «toma lá, dá cá», porque não aceita algumas das propostas que diz
que são novamente promessas falsas que são feitas ao País.
Sr.as e Srs. Deputados da direita, 3 anos depois de terem saído do Governo, continuarem agarrados a que o
único bom Orçamento é aquele que corta na vida das pessoas é estarem ainda assombrados pela troica. Os
senhores já não precisam de uma nova inspiração, precisam é de um exorcismo, e isso, Sr.as e Srs. Deputados,
não é connosco.
Aplausos do BE.