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31 DE OUTUBRO DE 2018

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O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Ora, é exatamente ao contrário. Sempre que acreditámos que era

possível uma política de redistribuição de rendimentos, ela ajudou as pessoas, ajudou o País e ajudou as contas

públicas. É por isso que esta diferença nas perspetivas é o repto que agora é feito a este Orçamento do Estado.

Sabemos que há outra coisa que a Unidade Técnica de Apoio Orçamental disse, porque, Sr.as e Srs.

Deputados, lemos o relatório todo e não só as partes que interessam. A UTAO diz que há um orçamento para

Parlamento ver e outro para Comissão Europeia avaliar. Creio que isso não é sério de se fazer.

Sabemos que cativações são instrumentos de gestão orçamental, sempre o soubemos e os recordistas da

direita mostraram isso à saciedade.

Protestos do PSD e do CDS-PP.

Sabemos que a suborçamentação é o pecado de diversos governos, e, novamente, a direita foi a recordista

nessa suborçamentação.

O que não percebemos é quem agora se convenceu do contrário do que defendia em 2015, depois de 3 anos

de Governo — é o que tem de mais-valia para apresentar —, continue a achar que não deve dar os passos

necessários para levar esta recuperação até ao final.

É que desperdiçámos 2000 milhões de euros de recuperação económica, que não fomos capazes de

introduzir no SNS (Serviço Nacional de Saúde), na escola pública, porque o Sr. Ministro das Finanças preferiu

ter um défice para Bruxelas ver e não um orçamento para responder às necessidades do País.

Se em 2019 a prioridade for novamente o défice de 0,2% e a garantia de ter uma meta para Bruxelas ficar

agradada, novamente teremos um resultado da economia aquém do que seria possível e uma redistribuição de

riqueza aquém do que seria necessário para o nosso País.

Esta é a escolha de fundo que temos neste debate orçamental e, por isso, hoje, quando termina o tempo de

o Governo participar no processo orçamental, entregando à Assembleia a sua proposta, começa o tempo da

Assembleia da República discutir as suas ideias sobre o Orçamento do Estado.

Da parte do Bloco de Esquerda, saibam todas as Sr.as Deputadas e todos os Srs. Deputados, saiba o País

que não consideramos que esteja fechada a proposta sobre a energia, por exemplo, e podemos ir ainda mais

longe em baixar a fatura da energia; não consideramos que esteja fechada a pasta das longas carreiras

contributivas e da resposta à dignidade necessária para quem começou a trabalhar muito novo e abriremos esse

dossiê na especialidade; e não consideramos que esteja fechada a matéria do IVA dos espetáculos. Estes são

alguns exemplos que já foram dados publicamente e que aqui elenco mas que não esgotam as nossas

propostas.

O Sr. Carlos Silva (PSD): — É uma festança!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.as e Srs. Deputados, em cada uma destas propostas não é um Governo

que vai votar, são Deputadas e Deputados. E se há uma coisa que o País aprendeu, em 2015, é que quem, de

facto, nesta conjuntura, define o resultado da política são as Deputadas e os Deputados deste Parlamento e

esta é a nossa responsabilidade.

Aplausos do BE.

Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente Jorge Lacão.

O Sr. Presidente: — Para um pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Virgílio

Macedo, do PSD. Faça favor.

O Sr. Fernando Virgílio Macedo (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado, um Orçamento do Estado deveria

ser sempre um documento rigoroso e, por isso, muitos ficámos admirados por o Sr. Ministro das Finanças, na

sua narrativa, ter anunciado um défice, para 2019, de 0,2% quando, efetivamente, o défice previsto será de

0,5%.