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31 DE OUTUBRO DE 2018

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O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Sr.as e Srs. Deputados, a má gestão e o desinvestimento que este

Governo tem levado a cabo no SNS leva a que as pessoas não tenham acesso à saúde. Os tempos de espera

para as consultas de especialidade e para as cirurgias ultrapassam os limites clinicamente aceitáveis.

Com isto, os senhores empurram os portugueses para o privado, não por opção, mas porque não têm outra

alternativa.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Luís Monteiro (BE): — Vocês nem gostam!…

O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Quem visita as unidades de saúde do SNS confronta-se com a falta

gritante de recursos humanos e com profissionais profundamente desgastados.

Veja-se o caso dos técnicos superiores de diagnóstico e de terapêutica. O Ministro das Finanças veio a esta

Casa, em abril passado, dizer que a situação da carreira destes profissionais já estava resolvida. A greve, ontem,

com uma adesão superior a 90% demonstrou o contrário!

Falemos de precariedade, Srs. Deputados. O recurso à prestação de serviço, os chamados médicos

tarefeiros contratados com recibos verdes, tornou-se numa normalidade que custa aos cofres do Estado 100

milhões de euros por ano.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Os senhores gostam é disso!

O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — É a promoção da precariedade por quem prometeu acabar com ela.

Aplausos do PSD.

O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Veja o PREVPAP!

O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — É hoje claro que o número de profissionais que deram entrada no

SNS é insuficiente para colmatar a falta de horas resultantes da mudança dos contratos para as 35 horas.

Protestos da Deputada do PCP Rita Rato.

O Governo alterou as regras do jogo, mas nada fez para preparar o SNS e as consequências estão à vista

de todos. Os serviços de saúde entraram em colapso, demitiram-se centenas de diretores de serviço pelo País

fora e só não estamos pior graças à dedicação, que tem limites, dos profissionais de saúde.

Mas não nos enganemos: no final são sempre os doentes quem paga a conta da má governação. Pagam

com a sua saúde.

Os senhores prometeram acabar com o número de utentes sem acesso a médico de família e, volvidos 3

anos, continuamos com mais de meio milhão de portugueses sem cobertura.

Há mais de 60 unidades de saúde familiar prontas para passar para o modelo B que continuam na gaveta do

Sr. Ministro das Finanças. Isto já para não falar nos cuidados continuados, nos cuidados paliativos ou do tão

prometido e necessário estatuto do cuidador informal.

Os senhores prometeram tudo e, no final, pouco ou nada fizeram. É tudo só conversa!

O Sr. João Dias (PCP): — E o que é que vocês fizeram?

O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — O Governo carrega os portugueses com impostos, aumenta a

despesa pública e nem assim a saúde consegue ser uma prioridade.

Para quem recorre ao Serviço Nacional de Saúde fica apenas o sofrimento e uma profunda sensação de

injustiça. Merecíamos todos mais de quem nos governa.