31 DE OUTUBRO DE 2018
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A Sr.ª Ministra e os Srs. Deputados poderão não gostar de tauromaquia, mas esta tradição e os muitos
portugueses de cuja vida ela faz parte merecem respeito, respeito que, aliás, hoje, aqui faltou, quando se falou
no assunto. Não é o vosso gosto que define civilização!
Aplausos do CDS-PP.
Parece que vai haver medidas de apoio dirigidas aos cuidadores informais, mas depois não é bem assim.
Não há nenhuma verba no Orçamento, repito, nenhuma, dirigida aos cuidadores informais.
Parece que o Governo anuncia a construção de novos hospitais, mas depois não é bem assim. São
exatamente os mesmos hospitais que já foram anunciados e reanunciados várias vezes e durante vários
Orçamentos.
Parece que o défice baixa para 0,2% do PIB, mas depois não é bem assim. Na realidade, pelas contas da
entidade independente UTAO, o défice vai ser de 0,5%.
Parece que o Governo achava que o investimento público era essencial, mas depois não é bem assim.
Durante esta Legislatura o investimento público registou valores bem abaixo dos que tivemos durante o período
de ajustamento, e com a troica cá. O Plano Ferrovia 2020, por exemplo, que o Governo apresenta como grande
impulsionador do investimento público, tem uma execução, de 2016 a 2018, de apenas 5%.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Só falta dar o exemplo dos vossos Orçamentos!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Parece que o Ministro das Finanças se gaba de acertar as suas
previsões, mas depois não é bem assim. As suas previsões para a carga fiscal foram sempre, sempre,
ultrapassadas pelos aumentos nos impostos cobrados.
Já a economia portuguesa cresceu, infelizmente, sempre, sempre, bem abaixo das previsões do famoso
documento dos sábios. E o investimento público, claro, nunca, nunca, cumpriu as previsões do Orçamento.
Parece que o Bloco de Esquerda e o PCP fazem muitas exigências, mas depois, claro, não é bem assim. Na
realidade, na questão das reformas como na dos professores, ficam satisfeitos com promessas que estão
cansados de saber que nunca serão cumpridas e, disciplinadamente, votarão o Orçamento que o Ministro Mário
Centeno entender.
Aplausos do CDS-PP.
Poderia até parecer, Sr.as e Srs. Deputados, que o Governo está orgulhoso do seu último Orçamento das
esquerdas unidas, mas depois não é bem assim. O Primeiro-Ministro teve vergonha…
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — … de o debater aqui e, até agora, preferiu o silêncio à defesa das suas
escolhas.
Aplausos do CDS-PP.
Quem acredita no que faz, Sr. Primeiro-Ministro, não tem medo do contraditório.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Orçamento que hoje aqui debatemos, como, aliás, esta Legislatura,
é uma oportunidade perdida para Portugal.
Durante mais de três anos tivemos uma conjuntura internacional verdadeiramente excecional.
O Sr. Jorge Costa (BE): — Não é bem assim!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — A Europa e o mundo cresceram de forma sistemática, o preço do
petróleo esteve historicamente baixo e, até há bem pouco tempo, a política monetária do Banco Central Europeu