30 DE NOVEMBRO DE 2018
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Risos do PS.
A coragem do Primeiro-Ministro em assumir o que pensa sobre este anacronismo fez com que muitos
abandonassem e continuem a abandonar a confortável situação de apatia em que normalmente a elite política
se posiciona nesta questão. Mas o avanço civilizacional do Governo e o humanismo de António Costa não
chegaram para que os toureiros deixassem de estar isentos de pagar impostos. A já conhecida coligação da
política identitária PCP, CDS e PSD, que há 15 anos legalizou os touros de morte, volta a juntar-se para impedir
dar alguma decência ao papel do Estado em matéria fiscal. Do CDS e do PCP não houve surpresas. Quando
chamados a decidir sobre conferir o alargamento da proteção aos mais fracos, nunca falham! Votam sempre
contra.
Protestos dos Deputados do PCP Ana Mesquita e João Oliveira.
Mas se a posição do CDS e do PCP, que os portugueses reconhecem hoje como os partidos da
institucionalização do maltrato animal, não causa estranheza, já não compreendem que o PSD se deixe colonizar
pelo ultraconservadorismo. O PSD optou por renegar os valores da social-democracia e abraçar o fanatismo da
política identitária.
Protestos do PSD.
Quanto ao PAN, precisamos de mais força. Afinal de contas, são cada vez mais as portuguesas e os
portugueses que pensam como nós.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — O Sr. Deputado está a esquecer-se de alguém!
O Sr. André Silva (PAN): — E prometemos continuar a agir com coragem, cuja etimologia significa «agir
com o coração».
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Deputado.
O Sr. André Silva (PAN): — É que gente capaz de pegar touros pelos cornos não falta. Falta, isso sim, gente
capaz de os pegar pelo coração.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Esse é um discurso de incentivo ao ódio!
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra, em nome do Grupo Parlamentar «Os Verdes», o
Sr. Deputado José Luís Ferreira.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados:
Pode não ser do agrado de todas as bancadas parlamentares, mas a verdade é que as preocupações sociais
são visíveis neste Orçamento do Estado.
Há, de facto, neste Orçamento, um esforço para promover a justiça social e para cuidar dos nossos valores
ambientais. O aumento das reformas e pensões, o aumento nas prestações sociais, o fim do PEC (pagamento
especial por conta) para as micro, pequenas e médias empresas, a redução de custos para os utentes no valor
dos passes sociais, os incentivos à mobilidade sustentável ou o reforço de vigilantes da natureza são sinais
claros de que este Orçamento transporta consigo um esforço para procurar caminhos no sentido do
desenvolvimento sustentável do País.
Não estranha, por isso, que este Orçamento não tenha a simpatia daqueles que pretendiam perpetuar o
empobrecimento dos portugueses e as políticas de austeridade e que continuam a entender que os rendimentos
e os direitos que foram retirados às famílias não deveriam nunca ser devolvidos.