5 DE JANEIRO DE 2019
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A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Por isso, Srs. Deputados do PSD, não vale a pena virem fazer esse papel,
procurando desresponsabilizar-se das vossas competências, quando têm tantas responsabilidades como o
Partido Socialista.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Se o PSD não tivesse votado favoravelmente, não estaríamos hoje, aqui, a
discutir estas matérias.
Aplausos do PCP.
Sr. Presidente, mesmo para concluir, queria dizer que a principal preocupação do PCP é o serviço público
prestado às populações, e o serviço público prestado às populações, nas condições que Governo, PS e PSD
acordaram, não está garantido.
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, tem de concluir.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Por isso, são as populações as grandes prejudicadas em todo este processo.
Aplausos do PCP.
O Sr. João Oliveira (PCP): — O PSD foi o seguro de vida do Governo!
O Sr. Presidente: — Tem, ainda, a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Meireles, do Grupo Parlamentar do CDS-
PP, para uma intervenção.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados:
Ouvi, com estupefação, o Sr. Ministro dizer que este assunto foi a «decisiva marca desta Legislatura». Ó Sr.
Ministro, só se for a marca do Governo que ganhou o hábito de anunciar uma coisa com grande pompa e
circunstância e, depois, fazer o seu contrário, e tudo dar em nada. Só se for dessa marca que está a falar!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — É o costume!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Com franqueza, o CDS é decisivamente a favor da descentralização,
precisamente porque ela aproxima o poder dos cidadãos. Não somos a favor de uma pseudodescentralização
— como, aparentemente, a vê o Governo, mas também o PSD —, como um negócio feito à porta fechada, entre
governantes e autarcas ou entre o Governo e a ANMP.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Somos a favor da descentralização, também, porque ela quer dizer
melhor Estado, serviços mais próximos e despesa mais racional. Não seremos coniventes, Sr. Ministro, com a
atribuição de competências a câmaras que, pura e simplesmente, não têm recursos nem dinheiro para as
exercer, sendo, naturalmente, obrigadas a taxar e tributar os cidadãos ou a pedir favores ao Governo. Também
não seremos a favor de um Estado central, com direções-gerais e institutos públicos que se mantenham
absolutamente intactos, a gerir competências que, aparentemente, deixarão de ter.
Sr. Ministro, aquilo que propôs foi mais Estado e pior Estado.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.