I SÉRIE — NÚMERO 46
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O Sr. Carlos Peixoto (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Sr. Secretário de Estado, Sr.as Deputadas e Srs.
Deputados: O Sr. Ministro e o Governo chamam-lhe «plano nacional de investimentos»; eu chamar-lhe-ei «plano
eleitoral de investimentos».
Este até podia ser um documento para ser levado a sério, mas a três meses de eleições, Sr. Ministro, cheira
a pura «banha da cobra», a pura propaganda. É um verdadeiro manifesto eleitoral do Partido Socialista, mas de
nacional não tem nada! Podia falar-lhe do IC6, do IC7, do IC37, mas não falo; falo-lhe apenas da linha da Beira
Alta e da ferrovia, de que o Governo tanto gosta.
Sr. Ministro, para o Governo, a linha da Beira Alta começa em Aveiro e acaba, com este plano, em
Mangualde. Repare: acaba em Mangualde, nem sequer chega ao distrito da Guarda!
Aquilo que quero dizer-lhe é o seguinte: é certo que o Sr. Ministro quer ir de avião para a Europa. Faz bem,
porque se fosse de comboio ficava só em Mangualde!
Aplausos do PSD.
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares: — Assim não dá para todos!
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral, do CDS-PP, para uma
intervenção.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as Deputadas e Srs.
Deputados: Na parte final desta discussão, julgo podermos concluir que não temos um plano, que não é nacional
e que não é de investimentos. Vou explicar porquê.
Como já aqui foi dito, não é um plano, pois algo que define o futuro do País para a próxima década merecia
um largo consenso, uma profunda discussão, uma análise do Conselho Superior de Obras Públicas, e logo no
início da Legislatura. Não é um plano para outros Governos, para outros responsáveis o executarem.
Pelo que aqui foi dito, não é nacional — dizem-no as ilhas, diz Bragança, diz o centro, diz o sul. Falta obra
distribuída equitativamente pelo País, pois está concentrada, apenas e só, em dois polos eleitorais, onde o
Governo pretende caçar votos.
E não se trata de investimentos! Não sou eu quem o diz, são as finanças! Os senhores previam, em 2018,
um investimento de 22%, mas dizem as finanças que ficaram em 3,6%. É a prova evidente de que os senhores
ficaram muito aquém do investimento necessário, muito aquém do prometido e muito aquém das intenções.
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — E se compararmos com os Governos anteriores, estiveram sempre abaixo
do investimento que os Governos da maioria PSD/CDS conseguiu. É a prova do fracasso!
O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares: — Fracasso? Em comparação convosco!?
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Ou seja, este plano é uma confissão de fracasso, porque o Sr. Ministro
não conseguiu rebater que há apenas 8% de execução.
O Sr. Ministro do Planeamento e das Infraestruturas: — 40%!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — E 8% de execução para quem — o Governo e a geringonça —,
voluntariamente, apresentou o Ferrovia 2020, para quem calendarizou as obras, pôs as intenções e as
prioridades, é a confissão do fracasso!
O Sr. Ministro do Planeamento e das Infraestruturas: — 40%!