9 DE FEVEREIRO DE 2019
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Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Catarina
Marcelino, do Partido Socialista.
A Sr.ª Catarina Marcelino (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Queria cumprimentar as Sr.as e
os Srs. Peticionários e agradecer-lhes não só a petição em si, mas, fundamentalmente, o que a petição propõe,
esta carta para a participação em saúde. Este é um documento muito participado, que contribui para aquilo que
queremos da construção da cidadania em Portugal, sendo que a própria definição do projeto conta com muitas
organizações e muitos encontros, pelo que devemos saudar a vivacidade da sociedade civil neste processo.
Esta carta para a participação pública em saúde vem ao encontro daquilo que deve ser um pilar fundamental
dos serviços de saúde no século XXI, sendo o tema ainda mais pertinente no momento em que discutimos,
neste Parlamento, uma nova lei de bases da saúde, que se pretende adaptada aos novos tempos e às novas
realidades.
A OMS (Organização Mundial da Saúde), o Conselho da Europa e a União Europeia defendem a necessidade
de assegurar a participação pública no âmbito do sistema de saúde.
A proposta de lei de bases da saúde, apresentada pelo Governo, quer recentrar o SNS numa resposta
pública, nas pessoas como centros de toda a política pública de saúde, e vai ao encontro das recomendações
das organizações internacionais e desta petição.
A proposta de lei de bases da saúde, do Governo, em conjunto com outros projetos de lei, apresentados por
todas as bancadas, encontra-se na fase de trabalho em sede de especialidade.
A carta para a participação pública em saúde deve ser enquadrada pela lei de bases e, por isso, é
entendimento do Partido Socialista que se deve legislar sobre participação pública após a aprovação da nova
lei de bases da saúde.
No entanto, o Partido Socialista considera fundamental dar um passo de imediato, no sentido de promover
mais e melhor participação. Por isso, já apresentámos um projeto de resolução que recomenda ao Governo que
implemente e desenvolva mecanismos transversais e efetivos de participação pública das pessoas, com ou sem
doença, e dos seus representantes, na definição, implementação e avaliação da política de saúde nos serviços
público, privado e social.
Esperamos que este nosso projeto de resolução seja acompanhado por todas as bancadas, com o
compromisso de, após a aprovação da nova lei de bases da saúde, revisitarmos a possibilidade de legislação
de outra natureza, para que esta carta para a participação pública em saúde se torne uma lei de Portugal.
Aplausos do PS.
Entretanto, reassumiu a presidência o Presidente, Eduardo Ferro Rodrigues.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, em nome do Grupo Parlamentar do CDS-PP, tem a palavra a
Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Queria cumprimentar os
representantes, hoje aqui presentes, dos mais de 4000 signatários desta petição e agradecer a sua participação
cívica e o seu exemplo de cidadania, com o que, obviamente, só podemos congratular-nos.
O CDS subscreve e acompanha a necessidade da participação pública na definição das políticas de saúde
e de se promover, cada vez mais, a literacia em saúde, para que os cidadãos sejam cada vez menos sujeitos
passivos e cada vez mais sujeitos ativos, num modelo de aliança, que, no nosso entendimento, é o que deve
presidir à promoção da saúde e ao zelo pela saúde do próprio.
Efetivamente, para nós, a política de saúde deve ser uma preocupação transversal a todas as áreas da
política pública, algo que também está plasmado no projeto de lei de bases da saúde que apresentámos.
Portanto, esta é a ocasião para reforçar que não temos qualquer dúvida sobre a necessidade de as políticas
públicas serem o garante do direito à proteção da saúde, mas são, como disse, políticas transversais a todas as
áreas da governação, são políticas do sistema de saúde, que vão, obviamente, para além da resposta pública,