15 DE FEVEREIRO DE 2019
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Caixa Geral de Depósitos, do que auditores especializados de consultoras especializadas. Tenho as maiores
reservas e as maiores dúvidas.
Que fique claro: todas as responsabilidades devem ser assumidas. Quem tiver responsabilidades criminais
deve ser julgado e, se for condenado, deve ter uma pena correspondente ao seu crime. Isto é uma coisa.
A outra coisa que devíamos estar a discutir, e na qual devíamos estar empenhados, é em saber o que
queremos do banco público, para que ele seja efetivamente um banco ao serviço da economia e dos
portugueses e gere dividendos que entrem no Orçamento do Estado e aliviem as contas públicas. Ora, nada
disso vai ser feito durante estes meses. O que vai ser feito durante, ainda por cima, o tempo de uma campanha
eleitoral é um arremesso político em torno destas matérias.
O Sr. Presidente: — Por último, tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Duarte Pacheco.
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quero somente deixar duas notas sobre
as várias intervenções aqui proferidas.
A primeira é para dizer ao Sr. Deputado João Paulo Correia que, se não houve auditoria mais cedo, a saber,
durante a anterior Comissão de Inquérito, foi porque VV. Ex.as, com o apoio do Bloco e do PCP, chumbaram a
exigência de auditoria que o PSD e o CDS fizeram.
Aplausos do PSD.
O Sr. Fernando Rocha Andrade (PS): — Porque é que não a pediram em 2014? Porque é que não a
pediram em 2015?!
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — Não quiseram que essa auditoria aparecesse! Deus saberá porquê!
A segunda nota, Srs. Deputados, é para vos dizer que nós vamos para esta comissão de inquérito de espírito
aberto, de consciência tranquila, para apurar toda a verdade. E esperamos que tenha sido hoje o último dia em
que algumas das bancadas mostraram os «ódios de estimação» que têm, esquecendo aquilo que tem de ser a
nossa preocupação, que é apurar os responsáveis por esta tragédia.
O Sr. Deputado João Paulo Correia perdeu metade do seu tempo a falar do anterior Governo, quando aquilo
que aconteceu, pelo que se sabe, não foi durante o anterior Governo mas, sim, durante o anterior Governo
socialista — e essa é a verdade!
Aplausos do PSD.
Protestos do PS.
Meu caro amigo, comecei por dizer que vou para esta comissão de inquérito de consciência tranquila, mas o
senhor não escondeu aquele que era o seu «ódio de estimação». Tal como a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua,
que passou parte da sua intervenção a falar apenas do Sr. Governador do Banco de Portugal.
Ninguém pode ficar incólume neste inquérito. Mas se vamos começar, desde já, a apurar, a saber, a concluir
quem é que são os culpados,…
O Sr. Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado. Embora esteja inscrito, também tem de respeitar os
limites do tempo.
O Sr. Duarte Pacheco (PSD): — … esse é um mau trabalho que prestamos à democracia e ao Parlamento.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos passar à apreciação, na generalidade, dos Projetos de Lei n.os
834/XIII/3.ª (PSD) — Cria um mecanismo de regularização oficiosa das declarações de IRS em decorrência de
decisões judiciais que impliquem devoluções aos contribuintes de prestações tributárias indevidamente