I SÉRIE — NÚMERO 80
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necessidades permanentes dos serviços da administração central e das empresas públicas, e, depois, num
processo à parte, das autarquias.
Não serve o PREVPAP para alterar leis! O PREVPAP não vai alterar o Estatuto da Carreira Docente, não vai
alterar o Estatuto do Serviço Militar, por contrato, não vai alterar o Código do Trabalho!
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: — Se existem situações de instituições
que trabalham em associação com instituições públicas que têm trabalhadores precários a desempenhar
funções permanentes, essas situações devem ser resolvidas utilizando o Código do Trabalho nessas
instituições. Não é o PREVPAP que o pode fazer, porque não tem instrumentos para isso, apenas os tem quando
identifica falsas situações de prestações de serviços. E há algumas situações em que relações triangulares
foram consideradas relações a regularizar,…
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — E bem!
O Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: — … porque a dependência desses
trabalhadores, ou seja, os critérios de laboralidade se relacionavam com o serviço público. Aí, e bem, como dizia
a Sr.ª Deputada Rita Rato, esses casos foram regularizados.
Quanto aos casos em que não existe essa relação de dependência, de laboralidade, com os serviços
públicos, mas, sim, com outras instituições, sejam elas quais forem, têm de ser resolvidos no campo dessas
instituições.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Terminou o tempo disponível para responder, Sr. Ministro.
O Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: — Peço desculpa, Sr. Deputado, porque
não respondi às questões todas.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para fazer perguntas, tem a palavra o Sr. Deputado António
Ventura.
O Sr. António Ventura (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Ministros, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados, trago a
Plenário uma problemática laboral que, pela morosidade em ser resolvida, se está a transformar num terrorismo
laboral por parte deste Governo.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Desde 2015!
O Sr. António Ventura (PSD): — Na delegação da RTP nos Açores existem mais de duas dezenas de
precários, mas há quatro casos que não se compreende por que razão ainda não estão resolvidos.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Porque o PSD nunca apresentou propostas!
O Sr. António Ventura (PSD): — Em maio de 2018, quatro trabalhadores receberam da administração da
RTP uma carta de despedimento, que até foi por email. Recorreram para o tribunal e, em dezembro de 2018, o
tribunal disse: «estes senhores são trabalhadores da RTP».
Estamos em finais de abril de 2019 e estes trabalhadores ainda não foram reintegrados na RTP Açores. Ou
seja, o Governo está fora da lei, contrariamente àquilo que o Sr. Ministro diz, quando diz que está a cumprir a
lei. O Governo não cumpre a lei e, portanto, é um fora da lei.
Protestos da Deputada do PCP Rita Rato.