I SÉRIE — NÚMERO 86
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As recentes ameaças de corte da rede do SIRESP salientam, ainda com mais evidência, a necessidade de
controlo público do sistema de comunicações, como o PCP sempre defendeu. O Governo vai ou não
acompanhar o PCP para acabar com a PPP (parceria público-privada) e garantir o controlo público do SIRESP?
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, primeiro, e relativamente ao
corpo de guardas florestais, o concurso está aberto. Julgamos que estará concluído em outubro de 2019, se não
houver eventuais incidentes processuais, o que, com o curso de formação, permitirá ter os guardas florestais
aprontados em fevereiro de 2020.
Relativamente às equipas de sapadores florestais, como disse há pouco, já estão constituídas 429 em todo
o País, de entre as que estão agrupadas em brigadas a nível das CIM (comunidades intermunicipais), as que
estão contratadas com os compartes de baldios e com as associações de produtores florestais ou internalizadas
no ICNF. A expetativa que temos, com os concursos que estão abertos, é a de que, até ao final deste ano,
atingiremos a meta que a Assembleia da República fixou, de ter as 500 equipas a funcionar.
O Sr. João Dias (PCP): — A ver vamos!
O Sr. Primeiro-Ministro: — No conjunto dos 7000 ha, que, há pouco, referi, as áreas abrangidas pelo fogo
controlado são 2071 ha.
Finalmente, relativamente ao SIRESP, o que posso dizer ao Sr. Deputado é que o objeto da negociação que
está em curso passa, precisamente, pela aquisição de posição acionista por parte do Estado.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.
Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr. Primeiro-Ministro, estamos esperançados em que isso seja
concretizado a tempo.
Sr. Primeiro-Ministro, com o risco de, qualquer dia, ser acusado de ter uma cassete ou, neste tempo mais
moderno, uma disquete…
Risos.
Passo a ironia, porque, obviamente, vou falar de uma coisa séria.
Risos.
A coisa séria é uma questão, já aqui colocada, sobre os atrasos no pagamento das reformas e das pensões,
a que acrescento mais uma preocupação em relação aos trabalhadores desempregados, que viram finalizar o
subsídio de desemprego e ficaram sem qualquer rendimento. Como foi referido, em outubro, apresentámos este
problema ao Sr. Primeiro-Ministro. O artigo 116.º do Orçamento do Estado para 2019 estabeleceu uma solução,
através do subsídio social de desemprego.
Gostávamos de saber se houve ou não avanços nessa matéria, e temos sempre o mês de junho ou julho,
mas creio que há questões tão urgentes, tendo em conta situações tão dramáticas, que vale a pena fazer um
esforço, mesmo neste quadro atual, para amenizar o sofrimento de tantos desempregados e reformados.
Sr. Primeiro-Ministro, continuam a preocupar-nos os problemas na saúde. Para lá da revisão da Lei de Bases
da Saúde, é preciso intervir para resolver os problemas urgentes, que estão identificados, no Serviço Nacional
de Saúde. Propusemos um plano de emergência para o SNS, apresentado em 2018, e que agora vê reforçada