I SÉRIE — NÚMERO 86
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Aplausos de Os Verdes.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada, começo pelo fim.
Relativamente aos feridos graves, no total de 73 pedidos que têm vindo a ser apreciados pela Sr.ª Provedora
de Justiça, já só estão 5 pendentes. Todos os outros já foram concluídos, os valores foram aceites pelos
respetivos requerentes e prevê-se que as indemnizações a pagar este ano, relativamente aos feridos graves,
tenham um valor total de 6,7 milhões de euros. A despesa, até ao momento, contabilizando 2018 e 2019, foi de
9,3 milhões de euros e estima-se, tendo em conta os processos recebidos, que venha a atingir um valor total de
10,6 milhões de euros.
Como sabe, a modalidade de pagamento é por via de renda perpétua e, portanto, o montante total dependerá,
naturalmente, da vida de cada um, que esperamos que seja a mais longa possível.
Relativamente ao SIRESP, posso assegurar que funcionará como, aliás, já funcionou em 2018, visto que os
investimentos que foram sinalizados em 2017 como necessários foram executados durante 2018 e, por isso,
não tivemos qualquer problema em 2018.
A questão emergente, a da ausência de visto do Tribunal de Contas, refere-se, precisamente, à remuneração
devida pela execução desses trabalhos, cuja urgência era indispensável para podermos gerir eficazmente o
período de incêndios de 2018. Por não ter havido visto, não se ter formado o contrato, não se ter jurado a
obrigação e, mais, estando o Estado impedido de remunerar esse investimento por essa via, é que existe esta
dificuldade objetiva, que temos estado a tratar, a negociar, para tentar achar uma solução que, estou convicto,
será encontrada nas próximas horas.
Quanto à prevenção, gostaria de repetir o número que referi na intervenção: num total de reforço de 212
milhões de euros, que operámos no sistema de prevenção e combate aos incêndios florestais, dois terços estão
afetos precisamente à função de prevenção.
Sr.ª Deputada, não queria terminar sem dizer o seguinte: nunca o Governo colocou a questão dos professores
como uma questão de privilégio. Até lhe digo mais: nunca discutimos a justiça daquilo que é uma reclamação
legítima de cada um ver contabilizado integralmente — integralmente! — o tempo que trabalhou. Como também
não questiono a justiça de quem viu a sua pensão cortada ou o seu salário cortado poder recuperar esse
montante.
A questão não é de justiça. A questão, como sempre, e só, a coloquei tem a ver com a capacidade de o
Estado recuperar a história.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Concluo, Sr. Presidente.
Por isso, repito o que disse há pouco: o compromisso que este Governo assumiu — e nenhum partido
assumiu qualquer outro compromisso — era o do descongelamento. E o descongelamento significava repor a
contar o cronómetro que tinha sido parado. Nunca assumimos o compromisso de recuperar e de refazer a
história.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — É verdade que houve uma recomendação,…
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Aprovada com os votos do PS!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … e não uma determinação, para que fosse contabilizado o tempo e, em função
dessa recomendação,…
O Sr. Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, peço-lhe que conclua, se faz favor.