I SÉRIE — NÚMERO 86
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O imenso mar que temos deve ser também tratado, de forma a ser valorizado como um enorme recurso para
a contribuição de diminuição do CO2.
Dirá: «Não chega, é preciso fazer mais». Sim, é isso. Temos de continuar a fazer mais em todas estas linhas,
de forma a continuarmos a diminuir as emissões de CO2 e, de preferência, irmos além das metas — muito
ambiciosas — que já fixámos.
O caminho é em frente e é para a frente que temos de ir!
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para formular perguntas, a Sr.ª Deputada Susana Amador, do PS.
A Sr.ª Susana Amador (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-Ministro, saudamos,
antes de mais, o Governo por trazer ao debate quinzenal o tema «estratégia de combate a fogos rurais», dada
a sua importância para os portugueses, a sua centralidade e prioridade na ação governativa e a atualidade,
tendo em conta a época em que nos encontramos.
A proteção, o socorro e a assistência dos cidadãos face a riscos coletivos são, como sabemos, direitos
essenciais que se revestem de particular importância perante a dimensão das catástrofes potenciadas pelas
alterações climáticas de que hoje temos vindo a falar e cujos impactos são cada vez mais severos e desafiam a
capacidade de resposta dos Estados. Daí a adoção da Estratégia Nacional para a Proteção Civil Preventiva e a
consequente reforma em curso, implementada pelo Governo.
Estas respostas, Sr. Primeiro-Ministro, fortalecem-se e complementam-se com o reforço da cooperação
europeia nestes domínios, onde destaco dois importantes instrumentos, como o mecanismo europeu de
proteção civil e o fundo de solidariedade europeu, que Portugal e o Governo souberam muito bem reforçar —
com a alteração que foi feita ao mecanismo — e ativar no que diz respeito ao fundo, em benefício das populações
afetadas.
Uns falam, nós fazemos. E fazemos bem!
Aplausos do PS.
Na sequência dos incêndios de 2017, o investimento público nas diversas áreas e domínios — desde a
indemnização, à reconstrução de habitações ou à recuperação de equipamentos municipais —, totaliza já 600
milhões de euros, financiados pelos Orçamentos do Estado e pelos fundos estruturais.
Uns criticam, Sr. Primeiro-Ministro, nós damos respostas!
Sr. Primeiro-Ministro, o Governo tem vindo a implementar um novo modelo de atuação que preconiza uma
maior e efetiva segurança das pessoas face a acidentes graves e catástrofes e uma atitude preventiva de
proteção civil, resultando na adoção de um modelo integrado e especializado para a gestão do fogo rural, de
que hoje aqui nos falou, procurando garantir que o fogo não constitua uma ameaça para as populações,
património e ambiente.
Este é um desafio que sabemos ser muito complexo, num País que tem 8 400 000 ha sujeitos a incêndios
rurais, com vários graus de propensão e vulnerabilidade ao fogo.
O novo sistema integrado de gestão de fogos rurais aposta — e, a nosso ver, muito bem! — na prevenção,
que é central a esta reforma, e equilíbrio no investimento (mais 212 milhões de euros); no reforço das equipas
de sapadores florestais (que eram 272, em 2015, e que chegarão a 500, em 2019); numa melhoria significativa
do dispositivo em equipamentos, na formação e na capacitação, que é essencial, e nos meios humanos (teremos
mais 150 grupos de intervenção na GNR, mais 200 guardas florestais e mais 200 bombeiros).
Uns descapitalizaram e esvaziaram o sistema, outros reforçaram-no. Nós estamos a reforçar esse sistema!
Em 2018, registaram-se menos 44% de incêndios rurais, como bem referiu, e menos 68% de área ardida,
não obstante a adversidade climatérica persistente na época de incêndios.
Foi também o ano em que se realizaram mais ações de gestão de combustível desde sempre — mais de
2000 km — e a limpeza de terrenos tornou-se mais imperativa e mais consequente.
Também a videovigilância florestal, tão importante, foi reforçada, com 3,1 milhões de investimento, e a
população está, hoje, mais sensibilizada e mais autoprotegida para uma nova conduta mais consciente para o