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14 DE MAIO DE 2019

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Sr. Primeiro-Ministro, por falar em «cambalhotas», não se ponha de fora das «cambalhotas», tal como nós

vimos o PSD e o CDS, vergonhosamente, dar. É que me lembro bem, e acho que vale a pena lembrar, que o

Partido Socialista aprovou um projeto de resolução de Os Verdes, que resultou, depois, numa resolução da

Assembleia da República, que determinava taxativamente a contagem de todo o tempo de serviço.

O Sr. João Dias (PCP): — Todo!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Só que, mais tarde, o Governo «virou o bico ao prego».

Portanto, se vamos falar em «cambalhotas», Sr. Primeiro-Ministro, Os Verdes não deram nenhuma!

Consideramos que o que estamos aqui a fazer e o que devemos fazer é, de facto, praticar justiça. E o Sr.

Primeiro-Ministro não seria capaz de dizer que a contagem integral do tempo de serviço não é justa. Julgo que

não seria capaz de dizer isso!

Por outro lado, relativamente ao tema que o Sr. Primeiro-Ministro, hoje, aqui traz, que nos parece

sobremaneira importante, gostávamos de dizer que, de facto, as alterações climáticas estão aí e, com elas, os

extremos climáticos.

Por isso, temos duas questões fundamentais para trabalhar: medidas de mitigação para minimizar os efeitos

das alterações climáticas e, também, medidas de adaptação, designadamente do território, a este fenómeno da

mudança climática.

Quanto à matéria da floresta e dos fogos florestais, acho que o Sr. Primeiro-Ministro sublinhou — e muito

bem — a questão da necessidade de darmos um maior peso à prevenção e não exclusivamente à matéria do

combate, como tem vindo a ser feito até aqui.

Foi por isso que Os Verdes, logo no início da Legislatura, propuseram ao Governo, e insistiram, para que

fosse alterado o diploma, que ficou conhecido como a «lei da liberalização dos eucaliptos», da responsabilidade

de Assunção Cristas, então Ministra, para conseguir estancar a expansão absurda das monoculturas de

eucaliptos. Os sucessivos relatórios que têm sido produzidos têm dito que essa questão é determinante.

Mas nós, Os Verdes, trabalhámos também muito junto do Governo para reforçar os meios humanos de

vigilância, que é uma questão, na nossa perspetiva, fundamental.

E, Sr. Primeiro-Ministro, há expectativas que as pessoas têm, de que o Estado está a trabalhar em

determinado sentido, que não podem falhar. Um desses pontos é o referente ao sistema de comunicação.

Precisamos de um sistema de comunicação robusto e as pessoas estão em crer que o SIRESP não falhará.

Portanto, o Sr. Primeiro-Ministro tem de dar garantias relativamente a essa matéria.

Quanto à limpeza das faixas de gestão de combustível e à necessidade da sua efetivação, Os Verdes estão

preocupados, porque o Sr. Primeiro-Ministro referiu que as zonas de fogo controlado atingirão os 2000 ha este

ano, mas, de acordo com aquilo que estava planeado, atingiriam os 70 000 ha. Parece que há um desfasamento

muito grande relativamente ao que estava planeado e àquilo que, efetivamente, está concretizado, pelo menos

de acordo com o ICNF (Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas).

Por outro lado, Sr. Primeiro-Ministro, há também a expectativa de que as zonas florestais da responsabilidade

do Estado estão impecavelmente intervencionadas. Sim ou não?

Mesmo para terminar, gostaria de colocar ao Sr. Primeiro-Ministro uma questão, porque decorre da resposta

que deu há pouco ao PSD.

Quando falou das indemnizações, falou apenas das famílias das vítimas mortais.

O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Termino, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: — Já ultrapassou largamente o seu tempo.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — E em relação àquelas vítimas, os queimados, afetadas na sua

integridade física e psicológica, que apoios é que o Estado está a dar em relação aos cuidados de saúde e

também à aquisição dos medicamentos necessários, a qual deve ser assegurada?