I SÉRIE — NÚMERO 88
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O Sr. Heitor de Sousa (BE): — Muito bem!
A Sr.ª Maria Manuel Rola (BE): — Sr. Ministro, pergunto-lhe: por que razão não torna essa ação uma
prioridade, antes de 2030, e se compromete com o encerramento de Sines e Pego até ao final da próxima
Legislatura? E por que razão prioriza o gás natural, em detrimento da energia renovável solar, neste preciso
momento?
Gostaria também de o questionar sobre os caudais que vêm de Espanha. A Convenção de Albufeira está
claramente desfasada e o Tejo é um exemplo, mas não é o único. Os caudais não são cumpridos e milhões de
hectómetros cúbicos são transportados ou transpostos artificialmente do rio Tejo para o rio Segura, em Espanha.
Este roubo de água não pode, de facto, prosseguir. Temos um problema, não só no Tejo, também no Douro,
mas não pode prosseguir. De que forma vai o Sr. Ministro pôr cobro a este roubo que tanto nos afeta? Como
poderemos fazer com que passe mais água de Espanha para Portugal neste momento, por forma a fazer face
aos problemas de disponibilidade hídrica e poluição ambiental no rio Tejo?
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para responder a este conjunto de oito pedidos de
esclarecimento, tem a palavra o Sr. Ministro do Ambiente e da Transição Energética.
O Sr. Ministro do Ambiente e da Transição Energética: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, percebo
que os partidos, que não o Partido Socialista, tenham dificuldade em fazer este debate, porque, de facto, é
mesmo difícil apontar ao Governo português inação nesta matéria, é impossível encontrar fora de Portugal
melhor exemplo, e percebo que todos os partidos, que não o Partido Socialista, tenham, sobretudo, a
necessidade de fazer um exercício de expiação, que é o de terem proposto a redução do ISP (imposto sobre
produtos petrolíferos e energéticos) sobre os combustíveis.
O Sr. Heitor de Sousa (BE): — Foi o Governo que inventou essa medida!
O Sr. Ministro do Ambiente e da Transição Energética: — Por isso, esta é uma discussão difícil para todos
vós, não sendo, de todo em todo, uma discussão difícil para nós.
Sr. Deputado Fernando Barbosa, não é porque alguém vem dizer que faltam materiais que isso acontece,
porque para faltarem materiais tem de estar a prateleira vazia. Não basta vir dizer «ah, faltam materiais!» Não!
Já agora, olhe, se calhar, tinha de lá ir eu confirmar os stocks…
Ó Sr. Deputado, está a ser feito um investimento, se incluirmos o PART, de 1000 milhões de euros em
transportes neste País, entre os 709 autocarros de elevada performance ambiental, a expansão dos
metropolitanos de Lisboa e do Porto, a aquisição de 14 unidades triplas para o metro de Lisboa, de 18 carruagens
para o metro do Porto e de 10 navios para a Transtejo. Por isso, este é, de facto, um investimento sem
precedentes.
E, para ter uma ideia do que tem sido o aumento da oferta, só no metro de Lisboa, no primeiro trimestre deste
ano, comparado com o do ano passado, a oferta aumentou, em 14,2%,…
O Sr. Heitor de Sousa (BE): — E a procura aumentou quanto?
O Sr. Ministro do Ambiente e da Transição Energética: — … porque as mais de 30 unidades triplas
estavam paradas e, neste momento, é capaz de estar uma ou outra. Mas é mesmo disso que estamos a falar.
Sr. Deputado Duarte Alves, há uma greve às horas extraordinárias na Soflusa.
O Sr. Duarte Alves (PCP): — Não, não!
O Sr. Ministro do Ambiente e da Transição Energética: — Não, desculpe lá, não diga que não há, porque
há! Até há um aviso de greve e há uma greve às horas extraordinárias!