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I SÉRIE — NÚMERO 88

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Era isso que gostava que nos dissessem aqui, uma medida em concreto para a redução das emissões, a

nível da transição energética, da aposta em energias renováveis e do aumento de eficiência.

Gostava, ainda, que nos dissessem quem é que definiu a perspetiva de futuro, quem é que definiu a estratégia

para a neutralidade carbónica de Portugal.

Sr. Deputado, o Roteiro para a Neutralidade Carbónica apresenta uma visão de longo prazo, em que a

capacidade de sequestro de carbono é uma condição essencial para que seja atingida essa neutralidade — a

qual só será possível com a aposta clara na valorização dos territórios, nomeadamente do interior, permitindo a

criação de floresta resiliente e sustentável —, e aponta, igualmente, para a importância de um modelo económico

circular que seja eficiente e regenerativo na utilização de recursos e que promova a economia da partilha.

Queria perguntar-lhe como é que o PSD relaciona a transição para a neutralidade carbónica com a

valorização do território e com a economia circular.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Coimbra.

O Sr. Bruno Coimbra (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado, desculpe a franqueza, mas é preciso uma

distinta lata para falar do anterior Governo como se não tivesse feito nada neste campo!

A Sr.ª Emília Cerqueira (PSD): — Muito bem!

O Sr. Secretário de Estado da Energia: — Encheu o País de concessões de petróleo!

O Sr. Bruno Coimbra (PSD): — Aliás, recordo que o seu próprio Governo, no Relatório do Orçamento do

Estado, que apresentou a esta Câmara há uns meses, mencionou e enalteceu a posição de fundações, como a

Fundação Ellen MacArthur, que, na altura, desdenhava e dizia que não tinha qualquer valor, mas que, agora, já

diz que somos bons a nível ambiental, tal como já dizia em relação ao nosso Governo. Há sempre esta dualidade

na visão que o Partido Socialista tem das coisas, porque vê as coisas sempre de uma forma enviesada. É uma

pena!

De qualquer forma, registo que o Sr. Deputado não teve uma única palavra em relação às preocupações que

aqui enunciámos, não desmentiu um único dado, não fez um único reparo ao que aqui foi dito.

Portanto, não vou dar-lhe, novamente, uma lição sobre o crescimento verde, sobre o que já foi feito pelo

anterior Governo, sobre o que permitiu, realmente, a este Governo ter uma rampa de lançamento para a

estratégia que hoje defende. De qualquer forma, fico surpreendido de cada vez que ouço o Partido Socialista

falar sobre isto, porque é de uma total irresponsabilidade negar a realidade dos factos.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Passamos, novamente, às intervenções. Tem a palavra, para

o efeito, em nome do Partido Socialista, o Sr. Deputado Renato Sampaio.

O Sr. Renato Sampaio (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: As

alterações climáticas não são hoje uma teoria de cientistas e ambientalistas, os seus efeitos já se fazem sentir,

causando devastação em várias regiões do planeta. Não são uma teoria do presente com efeitos no futuro. Não!

É uma crise ambiental grave que se faz sentir nos nossos dias e, por isso, aos decisores políticos não basta

proclamar medidas e intenções, bem pelo contrário, é-lhes exigida uma prática imediata.

Os países do sul da Europa serão os mais expostos a este fenómeno e os seus efeitos criarão mais

desigualdades económicas e sociais e, sobretudo, desigualdades entre países. Ao contrário, os países do norte

da Europa serão os mais beneficiados, apresentando resultados positivos, sobretudo uma melhoria das

condições para a agricultura e outras atividades económicas.