I SÉRIE — NÚMERO 88
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É preciso fazer mais? É! É preciso continuar e acelerar este caminho? É! E é isso mesmo que o Governo
está a fazer, por exemplo: ao construir uma estratégia que nos conduza à neutralidade carbónica em 2050 e à
descarbonização da economia; ao planear o fim da eletricidade a partir do carvão, apostando na produção de
energia de fontes renováveis; ao apoiar a mobilidade elétrica e a economia circular; ao empreender a
reorganização da floresta e dos territórios; ao valorizar o interior e os seus recursos naturais; ao apostar na
utilização do transporte público, tomando medidas como a dos novos tarifários, com grande alcance social, que
tornou os passes mais baratos; e ao implementar uma maior eficiência energética e eficiência no uso da água.
Este é o caminho do futuro, o caminho que queremos continuar a percorrer e, assim, a garantir a
sustentabilidade do planeta e a aumentar a qualidade de vida dos portugueses. Todos estamos comprometidos
com este caminho — é verdade! —, mas há uns que estão mais comprometidos do que outros.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Ninguém se inscreveu para pedir esclarecimentos ao Sr.
Deputado Renato Sampaio, pelo que passamos à intervenção seguinte.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, do Partido Ecologista «Os Verdes», a quem lembro que
dispõe de pouco mais de 1 minuto.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Muito bem, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Faço este aviso, porque já estou habituado, Sr.ª Deputada.
Risos gerais.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Ministro do Ambiente e da
Transição Energética, o senhor só consegue resolver problemas se conseguir compreender a origem dos
problemas. E, relativamente ao transporte fluvial no Tejo, o Sr. Ministro não está a querer perceber qual é o
problema. Se, por exemplo, aumentam os horários, e bem, para dar resposta às necessidades das populações,
mas não aumentam o número de recursos humanos, ou seja, não contratam mais trabalhadores, então, cai tudo
por terra. O que é que o Sr. Ministro quer? Quer que as pessoas trabalhem 24 horas por dia? Quer um serviço
normal feito com horas extraordinárias, pondo inclusivamente em causa a segurança dos utentes?! Ó Sr.
Ministro, corresponda àquelas que são as necessidades e contrate mais pessoas, porque é isso que tem de ser
feito! Se não perceber qual é a origem do problema, está tudo mal!
Sr. Ministro, está a criticar Os Verdes, porque considera que somos aquele projeto que, a nível da produção
de energia, entende que «nem, nem, nem». Não é nada verdade! O Sr. Ministro é que é aquele do «só, só, só»,
parece que tem uma pala que não o deixa ver mais nada relativamente a outras soluções.
Protestos do PS.
Sr. Ministro, faço questão de lhe oferecer as conclusões da 14.ª Convenção de Os Verdes, sob o lema «Ação
Ecologista — Um compromisso com futuro», e até já sublinhei o que o Sr. Ministro devia ler prioritariamente.
A solução de Os Verdes, a nível energético, fundamentalmente, é a produção de eletricidade, de forma
descentralizada e local, de base renovável, para autoconsumo, com uma aposta muito forte e massiva no solar
fotovoltaico,…
O Sr. Secretário de Estado da Energia: — Está tudo no PNEC!
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — … com armazenagem,…
O Sr. Secretário de Estado da Energia: — A armazenagem é com lítio!