7 DE JUNHO DE 2019
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No âmbito da última reprogramação, foi possível criar condições para obter fundos comunitários para permitir
intervir numa linha que é das linhas onde há pior qualidade de serviço, a Linha de Cascais. O anterior Governo
do PSD e do CDS, que tanto falam, tanto falam, tanto falam na Linha de Cascais,…
A Sr.ª Wanda Guimarães (PS): — Pois é!
O Sr. Primeiro-Ministro: — … nada tinham previsto no Portugal 2020 para financiar a intervenção na Linha
de Cascais.
Aplausos do PS.
Felizmente, graças à reprogramação que negociámos e que a Comissão Europeia aprovou em dezembro
último, dispomos agora de verbas para poder intervir na Linha de Cascais, o que é fundamental para melhorar
a qualidade do serviço, renovando as composições naquela linha.
Os investimentos que temos vindo a fazer, a encomenda de 22 novas composições para os comboios
regionais da CP, a contratação de novos funcionários para a EMEF, para repor a capacidade de manutenção e
de recuperação das composições que estão imobilizadas por falta de manutenção, e o aluguer à Renfe dos
comboios disponíveis para podermos reforçar a oferta fazem parte de um conjunto de medidas que temos de ir
adotando para responder no curto prazo a soluções que, necessariamente, levam tempo.
O Sr. Presidente: — Tem de terminar, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Vou já terminar, Sr. Presidente.
Abrimos o concurso para as 22 novas composições no ano passado mas só em 2022, 2023 receberemos
essas composições e o País não pode parar até lá.
Protestos do Deputado do CDS-PP Hélder Amaral.
Até lá, temos de ir encontrando soluções, ou por aluguer, que não é fácil, porque, com as limitações da nossa
bitola, só podemos recorrer aos comboios espanhóis,…
O Sr. Presidente: — Tem mesmo de terminar, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — … ou por aquilo que podemos e devemos fazer, que é recuperar, ainda que
transitoriamente, as dezenas e dezenas de composições que estão paralisadas e que não foram mantidas pelo
brutal desinvestimento que foi feito na EMEF, que estamos agora a recuperar e a corrigir.
Muito obrigado pela tolerância, Sr. Presidente.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tolerância relativa, Sr. Primeiro-Ministro.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas, do Grupo Parlamentar do CDS-PP.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, como sabe, há tempos máximos
de espera recomendados — aliás, a sigla é TMRG (tempos máximos de resposta garantidos) — para a primeira
consulta de cada especialidade. Hoje, temos um sistema que nos permite saber, com detalhe, em cada hospital,
para cada consulta, qual é a prática quando comparada com o tempo recomendado.
Trago-lhe alguns exemplos, 10 das dezenas que poderia trazer, relativamente aos últimos dados disponíveis:
no Hospital São Pedro, de Vila Real, para a consulta de angiologia e cirurgia vascular o tempo máximo
recomendado é de 150 dias e o tempo efetivo de espera para a consulta é de 1053 dias, quase três anos; no
Hospital Sousa Martins, na Guarda, para a consulta normal de cardiologia o tempo máximo recomendado é de
150 dias e o tempo efetivo de espera é de 552 dias, cerca de um ano e meio; no Hospital Padre Américo, Vale