7 DE JUNHO DE 2019
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O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada, como sabe, hoje, dentro do Serviço Nacional de
Saúde, já é possível escolher outras opções. Acho que a prioridade que temos de ter e o esforço que temos de
fazer é para dotar o Serviço Nacional de Saúde com a capacidade de responder, para evitar situações como
aquelas que descreveu.
Só pedi para me indicar aquelas em concreto que referiu para ver se há alguma causa específica
relativamente a alguma destas circunstâncias ou se as medidas que temos em curso permitem ultrapassar e
responder a uma preocupação que é comum.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, percebo bem que a
preocupação seja comum. As respostas e as soluções é que não são certamente comuns. Do lado do CDS, a
primeira preocupação está com os doentes e, portanto, se neste momento não temos capacidade de resposta
em tempo útil, achamos que é prioritário dar a estes doentes as condições que teriam se tivessem dinheiro para
pagar uma consulta noutro local, garantindo que utilizamos toda a resposta instalada para que todos os
portugueses tenham acesso às mesmas condições de saúde, independentemente da sua carteira e
independentemente da sua localização geográfica. Mas terei o maior gosto em enviar a lista.
Ainda sobre saúde, Sr. Primeiro-Ministro, gostaria de saber o que vai acontecer com o Hospital de Vila Franca
de Xira e o que vai acontecer com o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro, para responder.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada, a nossa preocupação é, obviamente, com os
doentes, mas a nossa preocupação com os doentes, enquanto governantes, não pode ser com o doente
individual, tem de ser com o conjunto dos portugueses, na eventualidade da doença. Portanto,
independentemente das soluções de recurso que se tornem necessárias num caso concreto, aquilo que temos
de ter é uma resposta sistémica para todos aqueles que, em qualquer hospital ou em qualquer centro de saúde
do País, necessitem uma consulta de especialidade, e que têm direito a essa consulta de especialidade no
tempo médio que é garantido, independentemente de quem seja: seja alguém que já está à espera ou alguém
que, daqui a seis meses, venha a necessitar dessa consulta. É por isso que temos de ter a resposta do sistema.
Relativamente à outra questão que colocou, é conhecida. Tomámos a decisão de não renovar a PPP relativa
a Vila Franca de Xira e aquilo que propusemos foi a extensão contingencial do contrato, de forma a assegurar
a continuidade de operação do hospital enquanto decorre o necessário processo concursal.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Assunção Cristas.
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, percebo bem o que nos separa.
De facto, a preocupação do CDS é com todos os doentes — todos mesmo! — e com um sistema que tem de
dar resposta a todos os doentes, independentemente de terem dinheiro para se socorrerem de outras respostas
ou não. É por isso que entendemos que o sistema deve ser lido em toda a sua amplitude e olhando para toda a
capacidade instalada, também no setor social e no setor privado, e enquanto o setor público não tiver, de facto,
soluções, não devemos descartar outras soluções simplesmente porque elas não estão inscritas no SNS.
Essa é, de facto, uma diferença grande e significa que, para nós, o mais importante não é o sistema, é o
doente mesmo e é ao doente que temos de dar uma resposta atempada.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!