I SÉRIE — NÚMERO 97
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O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Isso mesmo!
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Aprovar uma lei de bases que proteja o Serviço Nacional de Saúde e o
acesso aos cuidados de saúde é mais importante do que impor, nesta lei, a vontade do Grupo Mello.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
Faça favor, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Catarina Martins, se queremos uma nova
legislação do trabalho, então, não hesitem em votar a proposta de lei do Governo, que restringe definitivamente
o acesso à precariedade na relação de trabalho,…
Aplausos do PS.
… que deixa de permitir que ser jovem à procura do primeiro emprego seja fator de contrato a prazo, reduz
o número de renovações, reduz o número de anos em contrato a prazo e pune as empresas que abusam do
contrato a prazo.
De uma vez por todas, Sr.ª Deputada, seja coerente: se quer combater a precariedade aprove a proposta de
lei do Governo.
Aplausos do PS.
Sr.ª Deputada, sobre a Lei de Bases da Saúde, também não vale a pena confundir o essencial com o
acessório.
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — É verdade!
O Sr. Primeiro-Ministro: — O essencial é muito simples: revogar a lei de 1990, que atribui ao Estado o dever
de promover o setor privado para ser concorrente do Estado. Se quer acabar com isto aprove hoje uma lei de
bases da saúde!
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins.
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, se uma empresa pode ter, por um
período experimental cada vez mais longo, um jovem que é despedido no fim, sem indemnização sequer, para
depois pôr outro, há mais precariedade.
Os jovens não são descartáveis e nunca o voto do Bloco de Esquerda está numa lei que terá mais
precariedade.
Aplausos do BE.
Sobre a saúde, deixe-me dizer-lhe uma coisa: o essencial está no legado que nos deixaram António Arnaut
e João Semedo, universalidade. Demos o passo nas taxas moderadoras e no fim da promiscuidade com o setor
privado, e é por isso que é importante a decisão sobre as PPP. Se não estamos de acordo, que fique para a
próxima legislatura, mas agora defendamos uma lei de bases da saúde que dá passos. E nós estaremos cá até
ao último dia para os dar.