27 DE JUNHO DE 2019
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O financiamento do sistema de pensões, assente nas contribuições sobre o trabalho, deve combinar essa
dimensão estrutural com a diversidade das fontes de financiamento.
O desafio demográfico beneficiará da gestão ativa dos fluxos migratórios em curso. Captar e incluir novos e
mais qualificados movimentos de imigração e apoiar o regresso dos que partiram, recentemente ou em vagas
migratórias mais antigas, incluindo os lusodescendentes, como propõe o Programa Regressar, irá permitir-nos,
a todos, combater a crise demográfica e continuar a promover o desenvolvimento da economia e da sociedade
portuguesas.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Poucas áreas da nossa vida coletiva estarão tão direta e intimamente
ligadas à generalidade da população como a segurança social. Com milhões de prestações sociais pagas
mensalmente, a segurança social acompanha as pessoas durante toda a linha de vida, desde antes do
nascimento até depois da morte.
A segurança social é, por isso, uma componente essencial do contrato social e um instrumento fundamental
de equidade e coesão social. E, por isso, para este Governo, a sua sustentabilidade nunca será uma simples
opção, mas, sim, uma escolha inalienável.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, vamos entrar na fase de debate, começando pelos pedidos de
esclarecimento ao Sr. Deputado José Soeiro, do Bloco de Esquerda.
Para o efeito, tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado Tiago Barbosa Ribeiro, do Grupo Parlamentar
do PS.
O Sr. Tiago Barbosa Ribeiro (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, Sr.
Deputado José Moura Soeiro, agradecemos ao Bloco de Esquerda por ter trazido a Plenário o tema da
segurança social, o que permitirá — aliás, já permitiu, nestas primeiras intervenções — um balanço sobre esta
área, ao longo do debate desta tarde.
Este balanço permite demonstrar o sucesso do caminho que fizemos e a enorme distância a que estamos
do ponto de que partimos, com uma segurança social fragilizada, depauperada e na vertigem do risco da
privatização.
Protestos da Deputada do PSD Joana Barata Lopes.
Em primeiro lugar, demonstrámos que, ao contrário do que a direita dizia e inscreveu no seu programa e no
famoso Plano de Estabilidade para esta Legislatura — normalmente, não gostam que isto se refira, mas ele é
público, está escrito e, aliás, tenho-o aqui —, não era necessário cortar pensões, não era preciso plafonar,…
Protestos da Deputada do PSD Joana Barata Lopes.
… não era preciso iniciar o processo de desmantelamento da nossa segurança social, da segurança social
de todos os portugueses, para a transformar numa segurança social de alguns portugueses.
O PSD e o CDS abalroaram a confiança dos portugueses no sistema, quando propuseram um corte de 600
milhões de euros nas pensões a pagamento e quando inscreveram no programa eleitoral que iam privatizar uma
parte dos seus descontos, o que sempre recusámos. Sempre recusámos esse caminho e, hoje, temos a certeza
de que ele estava profundamente errado e de que o Partido Socialista e esta maioria estavam no caminho certo.
Por isso, não contam com o Partido Socialista para aventuras com reformas dos portugueses. Ouvimos, com
regularidade, vindos do PSD, apelos a um amplo consenso para uma reforma nesta matéria. Pois deixem-me
que vos diga novamente aqui, nesta tarde, que não é possível qualquer diálogo nesta matéria que tenha como
pressuposto cortar, que tenha como pressuposto privatizar e que tenha como pressuposto plafonar.
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Nós ainda nem falámos!