4 DE JULHO DE 2019
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desenvolvimento, sobre o qual, aliás, apresentámos um pedido de apreciação parlamentar. Fizemo-lo, entre
outros motivos, porque é mais do mesmo e mais a partir da mesma perspetiva que o PSD e o CDS tinham em
relação à ciência.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Bem lembrado!
A Sr.ª Ana Mesquita (PCP): — Parece-nos, Sr. Secretário de Estado — e reafirmamo-lo —, que a ciência
deve ser encarada como um bem público, deve ser estimulada através de financiamento público, não limitando
linhas de investigação, antes abrindo perspetivas de desenvolvimento económico e social, assegurando
simultaneamente — e esta é uma questão fundamental — o cumprimento integral dos direitos dos trabalhadores
e o combate à precariedade.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para encerrar o debate, tem, de novo, a palavra o Sr. Secretário
de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
O Sr. Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior: — Sr. Presidente, Srs. Deputados,
muito obrigado pelas questões que colocaram. Antes de mais, gostava de sossegar os Srs. Deputados
relativamente às dúvidas que possam existir acerca da utilização dos dados.
A utilização dos dados que vão ser, de facto, recolhidos é em tudo semelhante ao que já foi feito,
nomeadamente, com os dados do corpo docente através do REBIDES (registo biográfico de docentes do ensino
superior), que é hoje uma informação crucial para as instituições de ensino superior, para o próprio País e para
esta Assembleia, de forma a estarem, digamos, dentro dessa informação.
Portanto, o que temos aqui, neste caso, é também um nível de informação necessário para podermos ter
uma ideia de como está a correr o emprego científico, para que esta Câmara possa ter uma ideia sobre esse
assunto, também com um efeito pedagógico. Ao sabermos uns dos outros e se as próprias instituições de ensino
superior souberem como está a correr o processo em outras instituições, que, porventura, estejam a trabalhar
de uma forma mais eficiente, penso que isso também terá um efeito pedagógico de motivação para seguirem
as boas práticas. Também gostava, pois, de relevar essa parte.
Falou-se, inclusivamente, no parecer da Comissão Nacional de Proteção de Dados. Temos um parecer que
refere a necessidade de aprovação da autorização por parte da Assembleia, mas que não põe reservas a que
essa informação possa ser recolhida. Aliás, o parecer do Conselho Superior de Estatística também refere, da
mesma forma, a informação que vai ser recolhida, não tendo colocado reservas relativamente a essa informação.
Portanto, penso que podemos estar sossegados relativamente a isso.
Sr.ª Deputada Ilda Araújo Novo, quero dizer-lhe que, neste momento, esta questão vai ser trabalhada nas
bases de dados da nossa DGEEC (Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência), por isso não traz um
acréscimo em termos de necessidade de financiamento, irá ser acomodada na estrutura já criada na própria
Direção-Geral.
Também gostaria de dizer ao Sr. Deputado Duarte Marques que, não concordando com o que referiu sobre
o que são, hoje, os dados e a transmissão dos dados da ciência e do ensino superior em Portugal, penso que
isto é a prova provada da vontade, de facto, do nosso Ministério de que esses dados sejam públicos e de que
possam ser também sufragados por esta Assembleia. Parece-me que isto é demonstrativo da posição do nosso
Ministério e do Governo relativamente a esta matéria.
Penso que esgotei o tempo de que dispunha e que tentei esclarecer o que era necessário.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr.as e Srs. Deputados, findo este debate, passaria a enunciar
a agenda da reunião plenária de amanhã, dia 4 de julho, cujo início, recordo, está também marcado para as 14
horas e 30 minutos.
Em primeiro lugar, procederemos à discussão conjunta, na generalidade, da Proposta de Lei n.º 202/XIII/4.ª
(GOV) — Altera o regime aplicável ao processo de inventário e dos Projetos de Lei n.os 1234/XIII/4.ª (PCP) —